Brasil e EUA iniciam diálogo sobre tarifas a importações

Brasil e EUA iniciam diálogo sobre tarifas a importações

Relações comerciais entre Brasília e Washington ficaram tensas após o anúncio do republicano de tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio.

AFP
Vieira destacou o superávit comercial favorável aos Estados Unidos e o papel estratégico do Brasil como fornecedor de insumos para a indústria americana

Vieira destacou o superávit comercial favorável aos Estados Unidos e o papel estratégico do Brasil como fornecedor de insumos para a indústria americana

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Brasil e Estados Unidos iniciaram diálogos sobre as tarifas às importações anunciadas pelo presidente americano, Donald Trump, a poucos dias de entrarem em vigor, informou o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As relações comerciais entre Brasília e Washington ficaram tensas após o anúncio do republicano de tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio.

Está previsto que as novas políticas alfandegárias sejam aplicadas a partir de 12 de março. Os impostos terão grande impacto sobre o Brasil, o segundo maior fornecedor de aço dos Estados Unidos.

Em uma conversa telefônica na sexta-feira (7), o Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, e o novo Representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer, concordaram em criar um "grupo de trabalho (...) para tratar de temas tarifários", disse o Ministério das Relações Exteriores brasileiro em sua conta no X.

O grupo técnico prevê uma possível reunião virtual na próxima semana, acrescentou a chancelaria.

Vieira destacou o superávit comercial favorável aos Estados Unidos e o papel estratégico do Brasil como fornecedor de insumos para a indústria americana.

A conversa ocorreu um dia após o vice-presidente brasileiro, Geraldo Alckmin, ter realizado uma videoconferência com Greer e o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick.

Durante a reunião, Alckmin destacou que a balança comercial bilateral é de cerca de US$ 80 bilhões (R$ 461 bilhões), com um superávit de US$ 200 milhões (R$ 1,1 bilhão) a favor dos EUA. Também ressaltou que oito dos 10 principais produtos que o Brasil importa dos Estados Unidos são isentos de tarifas.

Ambos concordaram em realizar novas reuniões bilaterais "nos próximos dias", de acordo com um comunicado do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.

Após o anúncio de Trump, Lula advertiu que responderá com "reciprocidade" se Washington implementar as medidas.

"Se taxar o aço brasileiro, vamos reagir comercialmente ou vamos denunciar na OMC [Organização Mundial do Comércio] ou vamos taxar os produtos que a gente importa dele", disse o presidente brasileiro em entrevista à Rádio Clube do Pará, em fevereiro.

O Brasil é o segundo maior fornecedor de aço dos EUA, atrás apenas do Canadá, com 4,08 milhões de toneladas exportadas a este país em 2024.

Durante seu primeiro mandato entre 2017 e 2021, Trump já havia imposto tarifas de 25% sobre o aço, que foram parcialmente eliminadas mais tarde.


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