Brasil está entre países com sistemas bancários mais concentrados, aponta BC
Cinco maiores bancos concentraram 82% dos ativos totais em 2016
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Entre outros países emergentes, a China aparece com porcentual de 37% em 2016, a Coreia do Sul soma 62%, a Índia soma 36%, o México tem 70% e Cingapura registra 42%. "O BCB monitora a concentração do SFN e está atento aos riscos para o sistema e aos possíveis efeitos sobre o spread bancário e outros preços", disse o Banco Central no relatório. "Entretanto, a relação entre concentração e spreads não é tão direta quanto o senso comum pode sugerir", acrescentou o BC. O spread corresponde à diferença entre o custo de captação de recursos pelos bancos e o que é efetivamente cobrado de pessoas físicas e empresas. Conforme o BC, "alguns estudos encontram relação inversa, ao invés de direta, entre concentração e custo do crédito".
"De fato, diversos fatores que não têm relação com concentração podem influenciar no custo do crédito, tal como ineficiência regulatória, rigidez informacional e limitada educação financeira", continuou. Ao abordar o caso brasileiro, tendo como referência o Indicador de Custo de Crédito (ICC) - índice que reflete a taxa de juros média efetivamente paga pelo brasileiro nas operações de crédito contratadas no passado e ainda em andamento -, o Banco Central afirmou que o spread pode ser explicado, em ordem decrescente de grandeza, por "inadimplência, custos administrativos, impostos e margem financeira".
A margem financeira engloba os lucros dos bancos e outros fatores. Conforme o relatório, a inadimplência representou 38,27% do spread em 2016, as despesas administrativas somaram 25,55%, os tributos e o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) representaram 22,13%, os lucros e outros fatores (margem financeira) atingiram 14,04%. "Ainda que esse seja o componente com menor peso no spread do ICC, ampliar a concorrência é prioridade e se insere no pilar 'Crédito mais barato' da Agenda BC+", afirmou o Banco Central no documento divulgado.
A instituição defendeu ainda que maior concorrência significa menor custo do crédito e maiores benefícios para a população. No entanto, ponderou que é crucial entender dois aspectos relacionados à questão. "Em primeiro lugar, maior competição não requer necessariamente menor nível de concentração bancária. Em segundo lugar, concorrência não é uma questão dicotômica, ou seja, não se pode resumir a questão a uma pergunta se há ou não concorrência. A questão relevante é qual o grau de competição", disse o BC.