Brasil vive "gosto amargo" dos juros, mas economia crescerá, diz Guedes

Brasil vive "gosto amargo" dos juros, mas economia crescerá, diz Guedes

Ministro afirma que país será um dos primeiros a derrubar alta de preços

R7

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O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quinta-feira que o Brasil experimenta o "gosto amargo" com o aumento dos juros para combater a inflação, mas que a medida é temporária e permitirá que o Brasil seja um dos primeiros países a derrubar a alta de preços. 

"Temporariamente, como estamos combatendo a inflação, estamos experimentando esse gosto amargo desse tipo de política de aperto monetário. Os bancos centrais dormiram no volante, o nosso acordou primeiro", disse, durante participação no congresso da Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias).

Guedes se referiu ao fato do Banco Central ter subido os juros básicos da economia como medida para conter a inflação. Atualmente, a taxa está em 11,75% ao ano. Ao mesmo tempo em que aposta em uma melhora mais rápida do cenário brasileiro, o ministro considera que a alta inflacionária mundial "veio com força e não veio para ir embora rápido". 

Mesmo em meio à alta de juros, o ministro enxerga que o Brasil já vive um crescimento sustentável. A análise leva em conta a previsão de aumento, ainda que pequeno, na atividade econômica brasileira. Para ele, se o país crescer 1% com juros reais, "isso quer dizer que já tem um crescimento sustentável de 2,5% ou 3%". "No pior momento, que tem que dar choque de juros, esse crescimento vira 1%", disse.  

Além de considerar o crescimento sustentável, Guedes voltou a ressaltar que o governo federal conseguiu zerar o déficit primário das contas públicas em 15 meses e em meio à pandemia. "O Brasil está pronto para avançar", disse.

Redução do IPI

Durante a participação no congresso, Guedes afirmou que o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) sofrerá um novo corte. No fim de fevereiro, o governo federal reduziu o tributo em 25%. A ideia é ampliar essa diminuição para 33%. "Vamos reindustrializar o país", justificou, completando que ações de reduzir impostos não ocorrem há quatro décadas. "E nós estamos baixando."

O governo federal defende que a redução do tributo auxilia no aumento da produtividade, a diminuir a assimetria tributária intersetorial e a ter mais eficiência na utilização dos recursos produtivos, de maneira a fomentar a economia. 

A redução é vista pelos secretários de Fazenda estaduais como equivocada. "A redução do IPI em passado recente não mostrou resultado satisfatório para incentivar a indústria, e não há aumento estrutural da arrecadação que justifique a redução de receitas", alegou o Comsefaz (Conselho Nacional dos Secretários de Fazenda), completando que a iniciativa "concorre também para o desequilíbrio fiscal de estados e municípios". 


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