Brasileiros depositaram US$ 23 bilhões em paraísos fiscais do Caribe
Brasil está entre os cinco maiores "investidores " nesses centros financeiros<br />
publicidade
Os dados são divulgados no momento em que diversos governos pelo mundo avaliam o impacto dos Panama Papers, que revelaram uma estrutura de empresas offshore constituídas em muitos desses centros para simplesmente servir de forma para esconder recursos. Manter contas em paraísos fiscais não é ilegal, mas precisam ser declaradas.
No caso do Brasil, entre 2010 e 2014, o volume de dinheiro aplicado no Caribe representou 5% de todos os recursos recebidos por esses centros e coloca o País entre os cinco maiores "investidores " nesses centros financeiros.
Os maiores investidores em paraísos fiscais caribenhos são Hong Kong, com 148 bilhões de dólares, contra 94 bilhões dos EUA e 77 bilhões da Rússia, além de 45 bilhões da China.
No mundo, a maior taxa de recursos de recursos depositados por multinacionais e suas afiliadas está em Luxemburgo, país que foi sacudido pela revelação em 2015 de documentos mostrando como o governo fechou acordos confidenciais com grupos privados para reduzir impostos e atrair suas sedes fiscais para o local.
Segundo os dados da ONU, uma parte substancial desses investimentos em Luxemburgo veio de empresas dos EUA. Só no primeiro trimestre do ano de 2015, um fluxo de 155 bilhões de dólares foi registrado em Luxemburgo. Mas a volatilidade de entrada e saída de recursos é elevada. Só em recursos que saíram de Luxemburgo para os EUA, o volume chegou a 153 bilhões. Luxemburgo tem recursos de 114% de seu PIB. Nas Ilhas Cayman, a taxa é de 800%.
No final de 2015, um volume importante de recursos deixou Luxemburgo e a Holanda, depois que a UE passou a aplicar duras regras contra a evasão de grandes conglomerados.
Mas, segundo a ONU, a existência de paraísos fiscais continua ser um "grande desafio para a gestão pública". Empresas de 26 países ricos, por exemplo, registraram mais lucros em Bermuda em 2014 que na China, o maior mercado do planeta.
Apesar das taxas elevadas de investimentos em paraísos fiscais, a ONU indica que o volume já foi superior. Em 2013, cerca de 132 bilhões de dólares foram depositados nesses locais.