Cai participação da mulher no mercado de trabalho, aponta pesquisa
População feminina representa 48,9% dos trabalhadores da Região Metropolitana de Porto Alegre
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A taxa de participação feminina é inferior a dos homens, que ficou em 65,2%. No entanto, a pesquisa mostrou pontos positivos para as mulheres, como a elevação do rendimento real. Conforme o levantamento, o aumento dos ganhos das trabalhadoras foi de 4,1% no mesmo período. Mesmo assim, o rendimento feminino, de R$ 1.481, é inferior ao
auferido pela força de trabalho masculina, de R$ 1.968. A média da jornada de trabalho semanal foi de 40 horas para as mulheres, em 2013, e de 44 horas para os homens.
A coordenadora da pesquisa pelo Dieese, Ana Paula Sperotto, disse que o declínio na participação da mulher é significativo porque demonstra uma redução na pressão sobre o mercado de trabalho. Ela explica que, de alguma forma, as mulheres estão saindo do mercado. “Ou elas estão se sentindo desestimuladas, ou tem a questão da aposentadoria, e outros dados mostram que parte dos jovens tem ficado mais na escola e acabam não pressionando o mercado”.
Ana Paula explicou que a retração não está ligada ao desempenho da economia, uma vez que houve geração de novos postos de trabalho, de modo geral, em 2013 – o incremento foi de cinco mil homens e duas mil mulheres na
condição de ocupados. O contingente feminino ocupado passou para 813 mil.
Formalização do trabalho
A pesquisa também mostrou que foi ampliada a formalização das relações de trabalho para ambos os sexos, mas favoreceu ainda mais as mulheres. Aumentaram-se as ocupações com carteira de trabalho assinada no setor privado (mais de 18 mil empregos). Dentre a parcela de mulheres ocupadas, mais da metade (50,3%) tem carteira assinada no setor privado.
“É a primeira vez que isso acontece na série da pesquisa. Em 2000, essa parcela atingia apenas 37% das trabalhadoras”, observou a socióloga da Fundação de Economia e Estatística (FEE), Miriam de Toni. Outras 14,7% são assalariadas no setor público; 10,7% tem emprego doméstico; 10% são autônomas; 8,4% estão em outras situações e 5,9% são assalariadas sem carteira assinada.