Cai participação feminina no mercado de trabalho da Região Metropolitana

Cai participação feminina no mercado de trabalho da Região Metropolitana

Mulheres representaram 48,6% do total de desempregados em 2016, aponta FEE

Correio do Povo

Cai participação feminina no mercado de trabalho da Região Metropolitana

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Uma pesquisa da Fundação de Estatística e Economia (FEE) divulgada nesta terça-feira mostra queda da participação feminina no mercado de trabalho na Região Metropolitana de Porto Alegre. Conforme o estudo, o ano de 2016 interrompeu um processo de redução das desigualdades entre mulheres e homens, com taxas passando de 0,7 pontos percentuais em 2015 para 1 ponto percentual.

A diferença de renda entre homens e mulheres fica nítida a partir da análise do rendimento médio real/hora, que considera a jornada de trabalho. A proporção do rendimento/hora das mulheres em relação ao rendimento/hora dos homens diminuiu de 88% em 2015 para 86,3% em 2016. Segundo a FEE, o motivo é o aumento em uma hora da jornada feminina, que passou para 40h semanais, enquanto a jornada masculina permaneceu estável (43h).

Com o estudo, a FEE conclui que as mulheres continuam enfrentando maiores dificuldades de acesso e inserção no mercado de trabalho, principalmente nas ocupações de melhor qualidade, além de receberem menor remuneração comparativamente à dos homens. De forma geral, a Pesquisa de Emprego e Desemprego na Região Metropolitana destaca que o mercado regional apresentou comportamento adverso pelo segundo ano consecutivo, o nível ocupacional registrou a maior retração de toda a série histórica do estudo (cuja primeira média anual é de 1993), a taxa de desemprego total teve crescimento acentuado e o rendimento médio real dos ocupantes teve grande redução. Esses comportamentos foram semelhantes ao verificado no ano anterior.

Em dados específicos, a taxa de desemprego total das mulheres cresceu 23,1%, passando de 9,1% em 2015 para 11,2% em 2016. Já para os homens, o aumento foi de 8,4% em 2015 para 10,2% em 2016, crescimento de 21,4%. Os dados são calculados considerado a População Economicamente Ativa (PEA), parcela da População em Idade Ativa (PIA) que se encontra ocupada ou desempregada.

Nesse sentido, enquanto a PIA feminina cresceu 0,6%, a PEA diminuiu 2,4%, devido à saída de 22 mil mulheres do mercado de trabalho da Região, passando de 47,2% para 45,8%. Entre os homens, a PIA apresentou estabilidade (0,1%), e a PEA reduziu-se em 2,7%, com a saída de 28 mil pessoas do mercado de trabalho, indo de 63,4% para 61,6% no ano em análise.

Além disso, o contingente de desempregadas em 2016 foi estimado em 98 mil mulheres, 16 mil a mais que no ano anterior. Conforme a pesquisa, isso ocorreu devido à redução na ocupação feminina (menos 38 mil ocupadas), que foi superior à saída delas do mercado de trabalho (menos 22 mil pessoas). Para os homens, o acréscimo foi de 17 mil desempregados, em relação ao ano de 2015.

Em relação ao total de desempregados, as mulheres eram 48,2% em 2015 e 48,6% em 2016, e pelo segundo ano consecutivo, desde 1998, que a maioria dos desempregados não é formada por mulheres. De acordo com a FEE, isso decorre da deterioração do mercado de trabalho, que em 2015 foi mais intensa para os homens.

A pesquisa também mostra que as mulheres ocupadas permanecem mais escolarizadas do que os homens. Entretanto, há redução nos níveis mais altos de escolaridade em relação ao ano anterior: aquelas ensino médio completo ou superior completo em 2015 eram 68,4% do contingente de ocupadas, tendo diminuído para 66,5% em 2016. Apesar dessa vantagem feminina no nível educacional, os demais indicadores do mercado de trabalho permanecem expressando a desigualdade entre mulheres e homens, com desvantagens para elas.

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