Ceitec avalia adequações em sua fábrica para participar do mercado 5G nacional

Ceitec avalia adequações em sua fábrica para participar do mercado 5G nacional

Com as adaptações, planta fabril da empresa se igualará a poucas fábricas no mundo

Correio do Povo

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A  empresa federal de semicondutores já se prepara para entrar na corrida do 5G, desenvolvendo componentes para os equipamentos que utilizarão esta tecnologia e, assim, participar deste mercado que traz grandes avanços e que irá impactar as novas gerações de redes de internet móvel. Com a única fábrica na América Latina, a empresa vem realizando estudos a fim de viabilizar sua planta para a produção de dispositivos e circuitos integrados usando o semicondutor nitreto de gálio (GaN), que vem ganhando cada vez mais destaque em fábricas de semicondutores em todo o mundo, com ênfase para aplicações militares, Telecom - 5G e 6G e dispositivos de potência.

Hoje, no mundo, existem cerca de 20 fábricas capazes de produzir com tecnologia em GaN, localizadas na América do Norte (EUA), Europa e Ásia e a infraestrutura da Ceitec é totalmente compatível com a tecnologia empregada nos processos de fabricação com GaN. Esta tecnologia é a base de dispositivos usados em carregadores de celular sem fio, amplificadores de áudio com menos distorções, fontes de alimentação, inversores e sistemas de armazenagem de energia em sistemas de energia renovável (solar, eólica) e sistemas de carregamento de veículos elétricos.

E, para competir com as grandes empresas mundiais e inserir o Brasil neste mercado promissor de 5G, foram realizados estudos pelo corpo técnico da Ceitec que constatou que as necessidades em termos de infraestrutura e máquinas para estas tecnologias podem ser totalmente supridas na fábrica da empresa e com padrões de tecnologia compatíveis com o que, atualmente, existe instalado em nível global.  

Entretanto, há, antes, a necessidade de algumas adequações na planta fabril da Ceitec para a utilização do nitreto de gálio, como realizar transferência de tecnologia e estudos para conhecimento deste novo material, ajustes em maquinários e aquisições de equipamentos para determinadas etapas que serão criadas a partir da implantação dos novos processos. 

Em 2019, o mercado de semicondutores fabricados em silício, que é uma tecnologia relativamente barata, confiável e já consagrada na indústria, ultrapassou a barreira dos US$ 419 bilhões. Deste total, US$ 32 bilhões é a fatia que o chamado mercado de potência em lâmina de silício abocanha, enquanto que o de alta frequência perfaz US$ 740 milhões. Entretanto, com a evolução tecnológica, passou-se a considerar outros materiais para novas aplicações. Aí é onde entra o nitreto de gálio (GaN) que é usado em filmes finos crescidos sobre a lâmina de silício. As perspectivas são de que este semicondutor entre com força no mercado e já em 2023 deva atingir os US$ 500 milhões para aplicações de potência e US$ 2 bilhões, em 2025, para o mercado de alta frequência, com margem grande para crescimento futuro. Isso porque a tecnologia de GaN traz inúmeros benefícios em termos de redução de tamanho, aumento de eficiência, confiabilidade e tolerância à temperatura. 

A exemplo, a fim de atender a demanda crescente, a NXP Semiconductors inaugurou, recentemente, uma nova fábrica nos EUA, considerada a mais avançada em tecnologia GaN, expandindo a sua produção de amplificadores de potência RF para 5G.


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