Cenário externo não justifica ajuste recessivo na economia brasileira, aponta FEE

Cenário externo não justifica ajuste recessivo na economia brasileira, aponta FEE

Brasil praticamente dobrou o já expressivo volume de reservas internacionais, que somam cerca de R$ 380 bilhões

Cláudio Isaías

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A Fundação de Economia e Estatística (FEE) divulgou nesta quinta-feira a edição de novembro da Carta de Conjuntura FEE. Na matéria de capa, o economista Fernando Maccari Lara apresentou as restrições ao crescimento da economia brasileira impostas pela crise internacional e pela condução da política econômica interna, apontando que, até o momento, o cenário externo não justifica um ajuste recessivo.

Segundo Lara, na campanha eleitoral um argumento muito utilizado pela oposição com relação a reeleição da presidente Dilma Rousseff, foi o fraco desempenho da economia durante o seu mandato. Conforme o economista, em tempos de globalização financeira, o principal mecanismo de contágio de uma crise internacional sobre as economias periféricas costuma ser a fuga de capitais, que implica perda de reservas internacionais. “Desse ponto de vista, o argumento baseado na crise internacional fica bastante fragilizado, dado o impressionante ingresso de capital externo no país registrado no passado recente”, destacou. O economista explicou que desde 2006 houve apenas um trimestre de saldo negativo na conta capital e financeira: precisamente, o crítico quarto trimestre de 2008. O trimestre imediatamente subsequente foi o primeiro de uma longa sequência de 22 saldos trimestrais positivos, que já acumulam um ingresso de capitais próximo dos 500 bilhões de dólares.

De acordo com Lara, no mesmo período, o Brasil praticamente dobrou o já expressivo volume de reservas internacionais, que hoje somam cerca de 380 bilhões de dólares e representam quase 10 vezes o estoque de dívida externa de curto prazo.

Na contracapa da publicação, o geógrafo Iván Peyré Tartaruga mostra através do artigo “Onde está o potencial de inovação do Rio Grande do Sul?” a rede de cidades gaúchas com as melhores condições para a geração de inovações em produtos e processos produtivos, bem como aquelas com maiores dificuldades para o desenvolvimento de processo de inovação.

A Carta de Conjuntura apresenta ainda artigos sobre a "Produção, emprego e salário na indústria brasileira e na gaúcha" (economista André Luis Contri) e o "Comportamento recente da população economicamente ativa na região Metropolitana de Porto Alegre" (estatístico Rafael Bassegio Caumo).

A publicação destaca os artigos "Qualificando populações vulneráveis: Pronatec e Programa Brasil Sem Miséria" (socióloga Maria Mercedes Ribeiro), "A mobilidade urbana e os atropelamentos com mortes na Capital" (sociólogo Salvatore Santagada) e as "Consequências preocupantes da expansão acelerada da soja" (economista Clarisse Castilhos).

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