Centenas de pessoas procuram emprego no Sine

Centenas de pessoas procuram emprego no Sine

Local tinha 123 postos de trabalho disponíveis

Eduardo Amaral

Fila no Sine em Porto Alegre

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Começar o ano empregado é o desejo de milhares de pessoas que buscam recolocação no mercado de trabalho. Nesta segunda-feira, centenas de pessoas foram até a agência do Sine de Porto Alegre, localizada no Centro da cidade, em busca de encaminhamento para uma vaga. A procura foi muito maior que a oferta, já que estavam disponíveis 123 postos de trabalho.

No final do ano passado, o índice de desemprego seguia alto, mas havia caído no país, passando para 11,8%. Porém, no Rio Grande do Sul, a situação era diferente, e a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do IBGE mostrou que o Estado viu o número de desempregados subir, passando para 8,8% da população. Porto Alegre não vive alheia a esse cenário. De acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), entre novembro de 2018 e novembro de 2019 a cidade teve um saldo negativo, com 2,18 mil demissões a mais do que as contratações.

Durante o ano passado, a situação foi um pouco melhor, entre janeiro e novembro o saldo de admissões foi positivo, com 2,08 mil contratações a mais. Entretanto, a realidade para uma grande parte é parecida com a de Everton Munhoz do Nascimento, 25 anos, que esperava na frente do prédio do Sine para sair da fila do desemprego, a qual ocupa há um ano. Neste dia a peregrinação foi feita em família. Enquanto ele aguardava poder ser atendido no espaço lotado do Sine, sua mãe estava dentro do prédio também buscando vaga, e assim como o filho desempregado há um ano.

Morador da Lomba do Pinheiro, na zona Leste de Porto Alegre, Nascimento trabalhava como sushi man. Quando os clientes começaram a escassear ele perdeu a vaga, e agora vive de bicos, especialmente na construção civil, para ajudar nas despesas da casa onde mora com a mãe e o padrasto. “Venho aqui semanalmente, é só porta na cara. Dizendo que não tem vaga. Isso quando o sistema não cai”, reclama. 

Com ensino fundamental concluído, Nascimento quer voltar a estudar para aumentar suas chances, mas antes diz precisar de um emprego. “Tenho que arrumar um trabalho para comprar material, mas quero voltar a estudar”, conta. Sem emprego na área que tem experiência, ele aceita outras para poder ter a carteira assinada mais uma vez. “Trabalho com o que tiver”, afirma Nascimento, que por vezes tem contado com ajuda dos vizinhos para pegar o ônibus até o Centro da cidade, onde está a agência do Sine. “A comunidade ajuda quando a gente precisa.”

Segundo o  diretor do Sine Porto Alegre, Nelson Beron, a situação de Nascimento não é o mais comum. “Geralmente quem procura o Sine está fora do mercado de três a seis meses. Beron explica que casos de maior sem recolocação acontece devido a falta de qualificação ou candidatos que não “se encaixam” nas vagas. “As empresas estão procurando profissionais mais qualificados.” Em 2019, os empregos de auxiliar de limpeza, atendente de balcão e porteiro, foram os mais ofertados no Sine.

Beron reconhece os problemas do sistema, que está ligado a Brasília, e devido a isso acaba apresentando instabilidade e caindo muitas vezes. Ele avalia positivamente os resultados de 2019, quando foram oferecidas 10 mil vagas de emprego preenchidas pelo Sine, atingindo a meta estipulada no início do ano. Segundo ele, os números poderiam ser melhores se mais empresas utilizassem o serviço. “Elas nem sempre ofertam vagas via Sine, mas a mão de obra nós temos.”


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