Centros logísticos impulsionam economia da região Metropolitana do RS

Centros logísticos impulsionam economia da região Metropolitana do RS

No Estado, quase 90% de todas as mercadorias são transportadas pelo modal rodoviário

Felipe Faleiro

Em Nova Santa Rita, a logística é um dos principais motores econômicos, representando por volta de 50% do PIB do município

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No Rio Grande do Sul, 88% de todas as mercadorias são transportadas pelo modal rodoviário, segundo dados de 2017, os mais recentes disponíveis, divulgados pelo governo do Estado. O número é maior do que o registrado na média nacional, que alcançava 65% no mesmo ano. O Rio Grande do Sul tem mais de 11,4 mil quilômetros de rodovias estaduais e 5,7 mil quilômetros de estradas federais, somando 17,1 mil, de acordo com o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer). 

Há um importante hub logístico concentrado na região Metropolitana de Porto Alegre, local onde estão assentados diversos centros de distribuição empresariais. A área é a mais populosa do Estado, origem e destino de produtos e serviços dos mais variados tipos. Diariamente, milhares de caminhões pontilham as rodovias que cruzam as diversas cidades, acessando diversos notórios centros de distribuição (CDs). 

Alguns exemplos são notórios na região Metropolitana são notórios. A Fast Shop e a UnidaSul estão sediadas em Esteio. A Fruki está em Canoas. Em Nova Santa Rita, há os CDs da Nestlé e Amazon. Magazine Luiza e Americanas, Droga Raia e Lebes estão instaladas em Gravataí. Já o Mercado Livre, outro gigante do comércio eletrônico online, fez o movimento contrário em 2020: anunciou, por questões regulatórias estaduais, a desistência da instalação de um CD também em Gravataí.

Na mesma Nova Santa Rita, a logística é um dos principais motores econômicos, representando por volta de 50% do PIB do município, conforme dados da Secretaria Municipal de Administração. Atualmente, a cidade tem o 2º maior PIB por habitante da região Metropolitana, somente atrás da Capital. Três grandes empreendimentos dedicados, a 3SB Parque Logístico, a ReiterLog e o Condomínio Logístico Açorianos, estão entre as maiores fontes de arrecadação de impostos e geração de empregos do município, conforme explica o prefeito Rodrigo Battistella, também presidente da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre (Granpal).

“Temos os quatro modais logísticos aqui hoje: o hidroviário, o rodoviário, o aeroportuário e o ferroviário. Nova Santa Rita é praticamente uma das únicas cidades do país em que há esta característica de haver todos eles”, afirma ele, exaltando a proximidade com o Aeroporto Internacional Salgado Filho, na Capital, os rios dos Sinos, Caí e Jacuí, a ferrovia até o Polo Petroquímico de Triunfo e as BRs-116, 386 e 448. “São rodovias expressas que nos ligam muito rapidamente ao mercado consumidor de 4 milhões de habitantes”.

Para ele, é preciso criar um ambiente econômico favorável, segurança pública e jurídica favoráveis à instalação destas companhias. “Temos cursos de capacitação de mão de obra, grande parte na área da logística, para que consigamos fazer com que o morador do município seja competitivo e consiga adentrar às vagas que têm aqui na cidade. Alguns deles ocorrem dentro das próprias operações das empresas. Fazendo isto, gera um ciclo de desenvolvimento econômico para a cidade”, pontua ele, destacando ainda a recente conquista do selo Diamante, entregue pelo Sebrae, à Sala do Empreendedor, vinculada à Secretaria Municipal de Indústria, Comércio e Desenvolvimento.

Nova Santa Rita é considerada o principal polo logístico da ReiterLog, cuja principal operação está instalada junto à área de estacionamento do Velopark, junto à BR-386, e está investindo mais de R$ 150 milhões no município, diz a Prefeitura. “É um ponto estratégico muito importante para nós. Há um ótimo escoamento ligando a Capital e o interior. E, de fato, conseguimos captar a mão de obra do município e também de diversas cidades do entorno”, comenta a gerente comercial e de ESG da ReiterLog, Vanessa Pilz.

O caminhoneiro Carlos Teixeira trabalha para uma pequena transportadora de Porto Alegre, e todos os dias acessa um dos centros logísticos da cidade para descarregar materiais coletados na Capital. “Aqui acho muito bom e bem organizado. Os acessos à cidade são muito bem facilitados. Não é à toa que diversos destes empreendimentos estão instalados aqui”, disse ele, enquanto aguardava no estacionamento no centro de distribuição para realizar mais um trabalho.


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