Cesta básica de Porto Alegre é a segunda mais cara do Brasil em abril, aponta Dieese

Cesta básica de Porto Alegre é a segunda mais cara do Brasil em abril, aponta Dieese

Conjunto de itens custa R$ 783,55 na Capital

Correio do Povo

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A cesta básica de Porto Alegre teve elevação de 5,02% em abril, passando a custar R$ 783,55, a segunda mais cara do Brasil, ficando somente atrás de São Paulo (R$ 794,68). Os dados foram divulgados nesta sexta-feira pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). 

Em março, a elevação havia sido de 0,65%, com a cesta custando R$ 746,12. No acumulado do ano, o conjunto de itens acumula aumento de 2,34% na Capital, e nos últimos doze meses, a cesta ficou 0,34% mais cara.

Em abril de 2023, o tempo médio necessário a nível nacional para adquirir os produtos da cesta básica foi de 114 horas e 59 minutos, maior do que o de março, de 112 horas e 53 minutos. Já em abril de 2022, a jornada média foi de 124 horas e 08 minutos. Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu em média, em abril de 2023, 56,51% do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos e, em março, 55,47% da renda líquida. Em abril de 2022, o percentual ficou em 61,00%. 

Feijão

O custo do quilo do feijão subiu em todas as capitais. O feijão tipo preto, coletado nas capitais do Sul, em Vitória e no Rio de Janeiro, apresentou variações que oscilaram entre 1,92%, em Florianópolis, e 4,96%, em Vitória. Em 12 meses, os preços recuaram em três cidades: Rio de Janeiro (-4,90%), Curitiba (-3,17%) e Vitória (-2,98%).

Já em Porto Alegre e Florianópolis houve elevação de 1,49% e 1,00%, respectivamente. Para o tipo carioquinha, pesquisado no Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Belo Horizonte e São Paulo, as taxas variaram entre 2,23%, em Belém, e 7,96%, em Campo Grande, entre março e abril. Em 12 meses, todas as cidades registraram alta, com taxas de até 40,58%, observada em Recife. A baixa oferta do grão carioca de melhor qualidade e do tipo preto explicaram as altas no varejo, mesmo com os elevados patamares de preços praticados nos estabelecimentos pesquisados. 

Batata

Entre março e abril, o preço médio da batata, coletado no Centro-Sul, aumentou em quase todas as capitais dessas regiões. As altas oscilaram entre 4,93%, em Florianópolis, e 26,88%, em Campo Grande. Em São Paulo houve queda (-0,59%). Em 12 meses, os preços foram reduzidos em todas as localidades pesquisadas, com destaque para Curitiba (-26,80%). A Semana Santa, que elevou o consumo de batatas, e as chuvas foram responsáveis pela alta dos preços do tubérculo no varejo em abril. 

Tomate

O preço do tomate subiu em 14 das 17 capitais entre março e abril, com destaque para as taxas de Porto Alegre (35,69%), Florianópolis (28,33%) e Curitiba (26,04%). Já a queda mais expressiva foi registrada em Natal (-15,70%). Em 12 meses, o tomate teve o preço reduzido em todas as cidades, com taxas entre -39,94%, em Recife, e -7,63%, em Fortaleza. Os aumentos em abril ocorreram devido à menor oferta de tomate, causada pelo fim da safra de verão. 

Farinha de mandioca

O preço médio da farinha de mandioca, pesquisada no Norte e Nordeste, teve alta em todas as capitais. As maiores elevações foram registradas em João Pessoa (7,00%) e Salvador (3,64%). Em 12 meses, as altas oscilaram entre 30,37%, em Aracaju, e 43,62%, em João Pessoa. Apesar do maior volume da raiz para produção de farinha, a menor demanda e a dificuldade de comercialização causaram impacto nos preços praticados no varejo. 

Açúcar refinado 

O valor do açúcar refinado apresentou elevação em 13 capitais, entre março e abril. As maiores variações ocorreram em Aracaju (6,58%) e Natal (2,87%). Em Florianópolis, o preço médio não variou e as reduções ocorreram em Vitória (-2,45%), São Paulo (-1,47%) e Salvador (-1,21%). Em 12 meses, os valores recuaram em todas as capitais, com destaque para Florianópolis (-13,92%), Campo Grande (-9,86%) e Recife (-9,17%). A baixa oferta de açúcar, mesmo com o início da safra, elevou os preços no varejo. 

Leite integral 

O preço do leite integral aumentou em 13 capitais e a manteiga, em 10. No caso do leite, as maiores elevações mensais ocorreram em Campo Grande (6,64%), Brasília (5,54%) e Belo Horizonte (5,42%). Para a manteiga, os destaques foram registrados em Goiânia (3,26%), Aracaju (2,89%) e Natal (2,57%).

Em 12 meses, o valor médio do leite acumulou alta em todas as cidades, com taxas entre 8,98%, em Florianópolis, e 29,04%, em Recife. A manteiga também apresentou aumentos em todas as cidades e as variações acumuladas ficaram entre 7,42%, em Vitória, e 24,81%, em Belém. Abril é período de entressafra de leite, quando ocorre redução do produto no campo, o que eleva os valores dos derivados no varejo. 

Óleo de soja

O preço do óleo de soja diminuiu em todas as capitais. As reduções variaram entre -8,41%, em Vitória, e -0,34%, em Salvador. Em 12 meses, o movimento foi de diminuição em todas as cidades, com destaque para as taxas de Belo Horizonte (-32,03%) e Campo Grande (-31,40%). A soja apresentou safra recorde no Brasil e os preços caíram. Especificamente em relação ao óleo, apesar do volume exportado, internamente, os altos patamares de preço inibiram a demanda, reduzindo o custo nos supermercados. 

Salário mínimo necessário 

Com base na cesta mais cara, que, em abril, foi a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário.

Em abril de 2023, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.676,11, ou 5,13 vezes o mínimo de R$ 1.302,00. Em março, o valor necessário era de R$ 6.571,52 e correspondeu a 5,05 vezes o piso mínimo. Em abril de 2022, o mínimo necessário deveria ter ficado em R$ 6.754,33, ou 5,57 vezes o valor vigente na época, que era R$ 1.212,00. 


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