Cesta básica de Porto Alegre cai 3,78%, mas ainda é uma das mais caras do Brasil, diz Dieese

Cesta básica de Porto Alegre cai 3,78%, mas ainda é uma das mais caras do Brasil, diz Dieese

Em agosto, conjunto de itens passou a custar R$ 740,82 na Capital

Correio do Povo

Batata é produto que teve maior baixa do preço em agosto

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Em agosto de 2024, a cesta básica da cidade de Porto Alegre apresentou queda de 3,78% em relação a julho de 2024, passando a custar R$ 740,82, sendo a quarta mais cara do Brasil. De janeiro a agosto, o conjunto de itens tem queda de 3,35% e em 12 meses, o valor registrou recuo de 2,60%. Os dados foram divulgados hoje pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

São Paulo foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo (R$ 786,35), seguida por Florianópolis (R$ 756,31), Rio de Janeiro (R$ 745,64) e Porto Alegre (R$ 740,82). Nas cidades do Norte e do Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 516,40), Recife (R$ 533,12) e João Pessoa (R$ 548,90).

O que ficou mais caro e mais barato

Na avaliação mensal, em agosto de 2024, oito produtos que compõem a cesta básica de Porto Alegre tiveram redução nos preços médios: a batata (-27,42%), o tomate (-18,36%), o açúcar (-5,19%), o arroz (-3,69%), o feijão (-3,17%), o leite (-2,35%), a carne (-1,77%) e o óleo de soja (-1,19%).

Por outro lado, cinco produtos ficaram mais caros: a banana (9,31%), o café (3,83%), o pão (1,00%), a manteiga (0,69%) e a farinha de trigo (0,61%). No acumulado de 2024, cinco produtos registraram queda nos preços: o tomate (-34,41%), o feijão (-9,30%), o açúcar (-6,73%) a carne (-6,15%) e o óleo de soja (-1,71%).

Em sentido contrário, oito produtos apresentaram alta nos preços: o leite (22,23%), o café (21,35%), o arroz (10,68%), a banana (9,96%), o pão (4,26%), a manteiga (3,21%), a batata (2,49%) e a farinha de trigo (0,92%).

No acumulado dos últimos 12 meses, seis itens registraram queda nos preços: o tomate (-33,58%), a carne (-9,26%), o feijão (-5,33%), o óleo de soja (-3,23%), o açúcar (-2,97%) e a farinha de trigo (-2,22%). Por outro lado, sete itens ficaram mais caros: a batata (33,03%), o arroz (32,19%), a banana (17,81%), o café (15,03%), o leite (11,69%), a manteiga (4,64%) e o pão (2,75%).

Quanto tempo de trabalho é necessário para os itens

Em agosto de 2024, o trabalhador de Porto Alegre, remunerado pelo salário mínimo de R$ 1.412,00, precisou trabalhar 115 horas e 26 minutos para adquirir a cesta básica. Em agosto de 2023, quando o salário mínimo era de R$ 1.320, o tempo de trabalho necessário foi 126 horas e 46 minutos. Em julho de 2024, o tempo foi de 119 horas e 58 minutos.

Considerando o salário mínimo líquido, após o desconto de 7,5% da Previdência Social, o mesmo trabalhador precisou comprometer, em agosto de 2024, 56,72% da remuneração para adquirir os produtos da cesta básica, que é suficiente para alimentar um adulto durante um mês. Em julho de 2024, o percentual foi de 58,95%, e, em agosto de 2023 de 62,29%.

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Qual deveria ser o salário mínimo ideal

Com base na cesta mais cara, que, em agosto, foi a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieese estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário.

Em agosto de 2024, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.606,13 ou 4,68 vezes o mínimo de R$ 1.412,00.

Em julho, o valor necessário era de R$ 6.802,88 e correspondeu a 4,82 vezes o piso mínimo. Em agosto de 2023, o mínimo necessário deveria ter ficado em R$ 6.389,72 ou 4,84 vezes o valor vigente na época, que era de R$ 1.320,00.


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