A China encerrará a década de 2020 com uma nova estratégia econômica que busca o equilíbrio entre importações e exportações e o desenvolvimento em larga escala de suas indústrias de alta tecnologia. As diretrizes do plano quinquenal foram anunciadas por autoridades chinesas um dia após o encerramento da importante reunião a portas fechadas do Partido Comunista da China (PCC), que definiu a direção política e econômica do país até 2030.
O país enfrenta desafios significativos, incluindo a desaceleração do crescimento econômico, baixa demanda interna, uma crise persistente no setor imobiliário e a guerra tarifária com os Estados Unidos.
Equilíbrio comercial
Em resposta aos desafios, o ministro do Comércio, Wang Wentao, destacou a necessidade de aumentar as importações. "Devem ser feitos esforços para aumentar as importações (...) para atender às necessidades de transformação e avanço industrial, além da necessidade da população por uma vida melhor", afirmou o ministro.
Wang Wentao também enfatizou a importância de criar um ambiente de investimento mais favorável para atrair empresas estrangeiras. "Precisamos polir a marca dos investimentos na China, criar novas vantagens para atrair investimento estrangeiro (...) criar um ambiente de negócios transparente, estável e previsível", acrescentou. O desenvolvimento do mercado interno ganhou ainda mais urgência devido às contínuas tensões comerciais com os EUA.
Apesar do cenário de atrito, Wang demonstrou otimismo sobre a relação bilateral, afirmando que "China e Estados Unidos podem encontrar formas de resolver as preocupações um do outro" e "promover um desenvolvimento saudável, estável e sustentável" em suas relações econômicas.
Avanço em larga escala de indústrias de alta tecnologia
Em linha com os objetivos de longo prazo do presidente Xi Jinping, o presidente da agência nacional chinesa de planejamento econômico, Zheng Shanjie, anunciou um avanço em larga escala nas indústrias de alta tecnologia do país.
Zheng, que comanda a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, destacou que setores como "a tecnologia quântica (...), a energia de hidrogênio e de fusão nuclear, (e) as interfaces cérebro-computador (...) estão a ponto de ganhar impulso".
Segundo ele, as novas capacidades que serão adicionadas nos próximos 10 anos "deverão remodelar o setor de alta tecnologia da China", sinalizando a prioridade dada à autossuficiência tecnológica.