CNC sugere destinar R$ 1 bilhão cortado do Sistema S para combate ao vírus

CNC sugere destinar R$ 1 bilhão cortado do Sistema S para combate ao vírus

Entidade sugere uso de unidades de Sesc e Senac em ações contra o coronavírus

AE

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A Confederação Nacional de Bens de Comércio, Serviços e Turismo (CNC) sugeriu ao presidente da República, Jair Bolsonaro, que o corte de 50% previsto nas contribuições do Sesc e Senac, equivalente a R$ 1 bilhão em três meses, seja substituído pela prestação de serviços emergenciais dessas entidades à sociedade. 

Entre as sugestões estão a aquisição de respiradores, disponibilização de instalações para vacinação e coleta de sangue, coleta e distribuição de alimentos para instituições sociais, identificação do número de infectados via aquisição e distribuição de materiais necessários à prevenção e ao combate à pandemia. O plano de ações, enviado ao presidente na última sexta-feira, inclui sugestões de conscientização, combate ao vírus e prestação de serviços à sociedade pelos próximos três meses. 

A entidade argumenta que a capilaridade das duas instituições será utilizada para reduzir os impactos da epidemia, especialmente em municípios carentes de estrutura para o enfrentamento do problema. A proposta da CNC também foi encaminhada ao ministro da Economia, Paulo Guedes, ao ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, ao presidente do Senado Federal, David Alcolumbre (DEM-AP), e ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). 

O plano emergencial divulgado pelo governo federal no início da última semana determinava um corte de 50%, por três meses, nas contribuições do Sesc e do Senac, com economia equivalente a R$ 1 bilhão. O plano da CNC propõe que essa verba seja mantida no Sistema S, para que as unidades do Sesc e Senac colaborem na identificação da abrangência do número de infectados no Brasil e no apoio à instrumentalização dos profissionais de saúde, por meio da aquisição e distribuição de materiais necessários à prevenção e ao combate à pandemia, em conformidade com as orientações dos órgãos governamentais de saúde; mobilizem emergencialmente redes de supermercados, restaurantes, bares e outros doadores para a coleta e distribuição de alimentos para instituições sociais, por meio do Projeto Mesa Brasil, de abrangência nacional; disponibilizem suas unidades, incluindo 50 Unidades Móveis, para ampliação e interiorização das ações de atenção primária à saúde, como vacinação e coleta de sangue; desenvolver e ofertar programações para mobilização da sociedade em geral e/ou para capacitação de profissionais da área de saúde por meio das plataformas digitais das instituições; aquisição e disponibilização de respiradores e outros equipamentos necessários para o tratamento de infectados. 

"A Confederação, através do Sesc e do Senac, está preparada para ajudar o governo na conscientização para reduzir os impactos do coronavírus na sociedade brasileira, assim como no combate à epidemia. Temos estrutura, capilaridade e pessoal, assim como canais de comunicação já abertos com as comunidades. Nossas propostas poderão ser, inclusive, adaptadas a mudanças que venham a ser sugeridas pelo Ministério da Saúde", defendeu o presidente da CNC, José Roberto Tadros, em nota oficial. 

A CNC alega que o corte na contribuição compulsória pode levar ao fechamento de unidades do Sesc e do Senac, demissões de funcionários e suspensão de investimentos programados. "Atualmente, o Sesc e o Senac estão presentes em mais de 2.400 municípios, prestando atendimentos nas áreas de educação, saúde, esporte, lazer, cultura, assistência, programa de distribuição de alimentos, atuando, muitas vezes, onde o poder público não consegue chegar", diz a nota da CNC. 


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