As empresas do setor químico Braskem, Innova, Grupo OQC e Unipar anunciaram na manhã desta sexta-feira em Triunfo o investimento de R$ 759,3 milhões para ampliação e construção de novas plantas. As duas primeiras indústrias atuam no Polo Petroquímico gaúcho. A cerimônia contou com a presença do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, do governador Eduardo Leite e de representantes das empresas.
O investimento é fruto do Regime Especia da Indústria Química (Reiq Investimento), a partir da isenção de impostos, que tem como objetivo beneficiar indústrias do setor petroquímico a ampliar a capacidade instalada ou instalar novas plantas. Alckmin destacou que o Brasil ainda vive um problema de competitividade no setor, que está sendo trabalhado pelo Governo Federal.
O vice-presidente também se referiu ao polo petroquímico gaúcho como um "colosso industrial". "A defesa comercial é fundamental. Nós reduzimos os tributos federais para melhorar a competitividade da indústria química. Também vamos reduzir custos para conquisar mercado e criar uma indústria inovadora, sustentável e competitiva", celebrou o vice-presidente.
O governador Leite também apontou que os investimentos na indústria química vão favorecer também outros setores da economia. "A indústria química é essencial para a nossa estratégia de desenvolvimento do Estado, principalmente a partir do hidrogênio verde, pois habilita investimentos em diversas áreas. Grande parte destes investimentos ficarão aqui no RS, ajudando a gerar emprego e confiança no futuro do nosso Estado", apontou.
Antes do anúncio, a comitiva realizou uma visita breve nas plantas da Innova e da Braskem. O presidente da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), André Cordeiro, o setor tem no horizonte mais de R$ 20 bilhões em investimentos a serem feitos nos próximos anos.
"É muito bom abrir o ano com o anúncio de investimentos tão significativos. Nos últimos anos, o Brasil não havia estruturado políticas públicas sólidas. E a indústria química tem dado demonstrações de que, quando é incentivada, ela dá respostas positivas. Com a política coreta e com a defesa adequada, conseguimos dar respostas para a sociedade", afirmou.
GALERIA: Anúncio de investimentos no setor químico
R$ 339 milhões para o RS
Dos cerca de R$ 760 milhões totais anunciados, R$ 614 milhões são de investimentos em sete projetos da Braskem, sendo R$ 306 milhões aplicados nas unidades do polo gaúcho. Além dela, a empresa Innova investirá R$ 73,3 milhões, sendo R$ 33 milhões no RS. O valor total aplicado no Estado será de R$ 339 milhões.
Das outras duas empresas, a Unipar aplicará R$ 57 milhões e o Grupo OCQ empregará R$ 15 milhões em unidades de outros estados. Outros projetos de indústrias químicas estão em tramitação e, caso aprovados, os investimentos no setor podem superar R$ 1 bilhão através dos incentivos fiscais a partir do Reiq Investimento.
O CEO da Braskem, Roberto Ramos, salientou que a manutenção do REIQ chegou em um momento estratégico, auxiliando na sobrevivência do setor químico brasileiro. De acordo com o gestor, os sete projetos que serão executados serão responsáveis por gerar mais de 2 mil empregos diretos durante as obras, além de expandir a capacidade produtiva das plantas do RS, Alagoas e Bahia.
"Os anúncios de hoje têm um papel importante por garantir políticas públicas assertivas para o setor químico. Os investimentos vão impactar positivamente toda a economia brasileira. Mais da metade do valor do nosso investimento será no RS. Estamos em busca de fortalecer o nosso setor com outros projetos, seja com fontes fósseis como com fontes susetntáveis. Com estes investimentos, termos um aumento no total de 150 mil toneladas em todos os projetos. Mas arelevância é menos em quantidade e mais no aumento de competitividade da indústria", completou.
Sindicatos entregam carta para Alckmin
Durante a cerimônia de anúncio dos investimentos, sindicatos de trabalhadores do setor químico entregaram uma carta conjunta pedindo por melhorias nas condições de trabalho e por atenção no respeito com o meio ambiente. "Reiteramos a importância dos cuidados com a saúde e segurança dos trabalhadores, que como aumento das demandas, ficam mais expostos a agentes químicos. Outra observação é a respeito dos impactos ambientais, visto que a indústrias são potenciais poluidores", cita a nota.
O documento foi assinado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), Confederação Nacional do Ramo Químico (CNQ), Federação Única dos Petroleiros (FUP), Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Petroquímica de Triunfo (Sindipolo), Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro) e outras entidades.
