Está agendada para o dia 12 de novembro, das 7h30min às 18h, no Hotel Embaixador, em Porto Alegre, a Conferência Estadual do Trabalho do Rio Grande do Sul, etapa regional da 2ª Conferência Nacional do Trabalho, que ocorre em São Paulo em março de 2026. Nesta sexta-feira, representantes sindicais, empresariais e do poder público detalharam alguns assuntos a serem discutidos na Capital gaúcha em uma coletiva de imprensa na sede da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, no Centro Histórico. O evento tem caráter tripartite, reunindo na mesa de debates os três entes participantes.
“O grande objetivo do evento é a busca de consensos no ambiente de trabalho, de forma que dê mais segurança para quem empreende e condições de trabalho adequadas para quem trabalha”, disse o superintendente regional do Trabalho no RS, Claudir Nespolo. Participarão 195 delegados, 65 em cada uma das três bancadas. Destes, sairão 13 de cada, ou 39 no total do RS. Dois eixos estruturantes serão discutidos, conforme orientações da comissão nacional: as transformações do mundo do trabalho e políticas públicas para a promoção do emprego, trabalho decente e da transição sustentável.
Lançamento público da II Conferência Nacional do Trabalho - II CNT, com reunião da Comissão Organizadora Estadual da II Conferência Nacional do Trabalho, composta por Fecomércio, Fiergs, Fehosul, Farsul, Ocergs, Fenaval, CUT-RS, CTB-RS, UGT-RS, Força Sindical-RS, NCSB-RS, CSB-RS, Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Profissional e Superintendência Regional do Trabalho no RS
O coordenador do Conselho de Relações do Trabalho da Fiergs, Fabio Müller Vieira, reforçou a importância do diálogo e, se referindo à Reforma Trabalhista, instituída em 2017, afirmou que ela fortaleceu as negociações coletivas, algo que diverge do posicionamento das entidades sindicais. “Precisamos continuar evoluindo em modernizações, visualizando os impactos da inteligência artificial, e hoje a CLT não consegue mais alcançar o trabalhador. Sem ele desenvolvido, a empresa não se desenvolve, e esta conferência será uma ótima oportunidade para discutir isso”, salientou Vieira.
Para o 2º vice-presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio (CNTC), Guiomar Vidor, a reforma representou uma “regressão civilizacional muito grande nas relações de trabalho” e uma “flexibilização exagerada”. “Precisamos tentar construir consenso com os setores empresariais que também estão se dando conta dessas dificuldades e construir um mundo do trabalho que seja equilibrado, para que quem produz, possa fazê-lo com satisfação”, comentou ele.
A primeira edição da conferência ocorreu em 2005, e em 2013 foi a vez da Conferência Nacional de Emprego e Trabalho Decente. Os participantes reconheceram que, desde lá, houve diversas mudanças que impactaram nas relações trabalhistas, como a chegada dos aplicativos de entrega, mobilidade, a pandemia da Covid-19, entre outros. Também deverá ser vislumbrada e largamente discutida no evento a pauta climática, devido à particular situação do Rio Grande do Sul relacionada às enchentes e relações trabalhistas desde então.