Consórcio da Petrobras, Shell, Total, CNPC, CNOOC vence leilão de Libra
Proposta foi a única apresentada nesta segunda no Rio de Janeiro
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As chinesas tiveram participação minoritária e ficaram ao todo com 20% de participação no grupo que explorará a área. Cada empresa ficou com participação de 10% do consórcio. A Petrobras ficou com 10%, porcentual que se soma à participação mínima de 30% prevista inicialmente. Com isso, a estatal terá 40% de participação
no grupo. A Shell e a Total, cada uma com 20% de participação respectivamente, completam o grupo vencedor.
O leilão realizado nesta segunda-feira, 21, o primeiro de uma área do pré-sal, reuniu menos interessados do que o previsto inicialmente. Após grandes multinacionais da indústria, tal como a Exxon Mobil, a BP e a Chevron, optarem por não disputar o leilão, o governo estimou que até quatro consórcios poderiam apresentar proposta pelo direito de exploração da área. O cenário mais otimista, contudo, não se confirmou.
Campo de Libra
O gigantesco campo de 1,5 mil km², situado na bacia de Santos, tem reservas provadas de entre 8 e 12 bilhões de barris de petróleo. Em cinco anos, sua produção poderá alcançar um máximo de 1,4 milhão de b/d, segundo as autoridades brasileiras.
Foi o primeiro leilão de um campo do "pré-sal", as gigantescas jazidas em águas ultraprofundas brasileiras descobertas a partir de 2007, sob um regime que concede à Petrobras uma participação obrigatória mínima de 30% na concessão. O modelo, aprovado em 2010 pelo ex-presidente Luiz Inacio Lula da Silva, busca que o Estado obtenha mais dinheiro do petróleo para destiná-lo à educação e à saúde.
Protestos
Um grupo de 200 manifestantes, em sua maioria sindicalistas que denunciam a "privatização" do setor de petróleo, derrubou na manhã desta segunda-feira uma barreira de segurança nas imediações do hotel foi realizado o leilão. Ele foi dispersado pela polícia com gases lacrimogêneos e balas de borracha.
Pelo menos seis pessoas ficaram feridas nos confrontos. Cerca de 50 encapuzados arrancaram tapumes de alumínio de uma construção para utilizar como escudo e lançaram pedras contra as forças de segurança. Sinais de trânsito foram destruídos e lixo foi queimado na rua. Dois veículos das redes de televisão Bandeirantes e Record foram depredados.
Com um carro de som, um porta-voz dos sindicatos petroleiros dizia que as forças de segurança lançavam as bombas de gás contras as pessoas erradas. "Deveriam lançá-las dentro desse hotel, onde se vende o petróleo do país", afirmava. Em meio aos confrontos, várias pessoas seguiam aproveitando o dia de praia a poucos metros do hotel, enquanto vários executivos de terno e gravata entravam no hotel esfregando os olhos devido aos efeitos do gás.