Contas públicas têm déficit de R$ 9,3 bilhões em junho, pior resultado desde 2002

Contas públicas têm déficit de R$ 9,3 bilhões em junho, pior resultado desde 2002

No primeiro semestre houve economia de R$ 16,224 bilhões, 45% a menos que 2014

Agência Brasil

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* Com informações da Agência Estado

O setor público consolidado – governos federal, estaduais e municipais e empresas estatais – apresentou, em junho, déficit de primário de R$ 9,323 bilhões, contra R$ 2,1 bilhões de déficit registrado em igual período de 2014. O resultado foi o pior da série histórica, segundo dados do Banco Central (BC), divulgados nesta sexta-feira. No acumulado do semestre houve superávit primário de R$ 16,224 bilhões. Esse foi o pior resultado para o período na série histórica do BC, iniciada em dezembro de 2001. No primeiro semestre do ano passado, houve superávit primário de R$ 29,380 bilhões, uma diferença de 45%.

Em 12 meses encerrados em junho, o setor público teve déficit primário de R$ 45,692 bilhões, o que corresponde a 0,80% do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país. Esse resultado em relação ao PIB também é o pior da série histórica

O superávit primário, economia de recursos para pagar os juros da dívida pública, ajuda a conter o endividamento do governo, em médio e longo prazos. Mas as dificuldades em cortar gastos e em aumentar as receitas fizeram a equipe econômica reduzir para R$ R$ 8,747 bilhões, 0,15% do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país), a meta de superávit primário (economia para pagar os juros da dívida pública) para 2015. Desse total, 0,10% – R$ 5,8 bilhões – correspondem ao Governo Central. A meta anterior do setor público era R$ 66,3 bilhões ou 1,1% do PIB.

No primeiro semestre, o Governo Central (Tesouro, Banco Central e Previdência) registrou déficit primário de R$ 1,911bilhão, enquanto os governos estaduais registraram superávit primário de R$ 16,426 bilhões. Os governos municipais registram superávit primário de R$ 2,868 bilhões. Já as empresas estatais federais, estaduais e municipais, excluídos os grupos Petrobras e Eletrobras, registraram déficit primário de R$ 1,159 bilhão.

Os gastos com os juros que incidem sobre a dívida chegaram a R$ 26,933 bilhões, em junho, e acumularam R$ 225,870 bilhões, nos seis meses do ano.

O déficit nominal, formado pelo resultado primário e as despesas com juros, chegou a R$ 36,256 bilhões, em junho. No primeiro semestre, essas despesas chegaram a R$ 209,646 bilhões.

A dívida líquida do setor público chegou a R$ 1,962 trilhão em junho, o que corresponde a 34,5% do PIB. Em relação a maio, a dívida em proporção do PIB subiu 0,9 ponto percentual. A dívida bruta chegou a R$ 3,588 trilhões ou 63% do PIB, com aumento 0,5 ponto percentual em relação a maio.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, comentou o déficit primário nas contas do setor público consolidado, de R$ 9,3 bilhões em junho. Segundo ele, o resultado é uma combinação de receita que, por diversas razões, está vindo um pouco mais fraca e de algumas medidas que foram enviadas ao Congresso mas não foram aprovadas completamente.

"Também não é uma coisa absolutamente singular, apesar de ter algum impacto nas contas", disse Levy, durante rápida entrevista que concedeu antes de visitar o Ceará Porto, no complexo siderúrgico de Pecém, cidade a 60 quilômetros da capital, Fortaleza.

Ainda de acordo com Levy, o déficit reflete os esforços para pagamento de diversas contas que se avolumaram nos últimos tempos. "É que a gente está normalizando essas coisas. Então, num primeiro momento, o resultado é impactado", justificou o ministro.

Ele disse, no entanto, achar que no segundo semestre do ano a situação será normalizada e o governo poderá entregar, com muito esforço, um resultado primário mais forte. Segundo Levy, o governo tem uma meta de superávit primário que, com os resultados melhores na segunda metade de 2015, será cumprida.

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