Crise em free shops preocupa moradores de Santana do Livramento
Retração nas vendas pode se agravar com nova cota para compras
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Para o presidente da Associação Comercial e Industrial de Livramento (Acil), Sérgio Oliveira, a medida já era prevista, mas chegará em um momento de retração econômica e deve trazer consequências desastrosas. “Com o novo limite, muitos clientes calcularão o custo-benefício e pensarão duas vezes antes de viajar à Fronteira.” Ele observa que 70% do que se ganha em salários no comércio de Rivera e em outros setores eram gastos em Livramento, mas, com a crise, os efeitos da retração já começam a ser percebidos em vários segmentos no lado brasileiro. Algumas lojas de Rivera já adotaram medidas de contenção de despesas, demitindo pessoal, e outras fecharam as portas.
Nesse feriadão, entretanto, houve bom movimento nos free shops riverenses, que apelaram para promoções a fim de atrair clientes. Algumas casas receberam dólar cotado a R$ 2,50 e outras reduziram preços de artigos como perfumes, uísques e condicionadores de ar. Porém, mantas térmicas, edredons e cobertores foram os mais procurados.
O presidente do Sindilojas, Pablo Escosteguy, destaca que uma das alternativas para aliviar a crise seria a prorrogação do prazo que mexe no limite de compras sem impostos. Segundo ele, isso é esperado até que as lojas francas brasileiras passem a operar regularmente no lado brasileiro, o que estaria definido para julho. Diz ainda que a relação do peso e o real é um bom atrativo para consumidores uruguaios, mas, com a redução do poder de compra e o desemprego, eles acabam investindo muito pouco no comércio de Livramento. Ele lembra que a cidade gaúcha tem entre 40% e 50% das vendas e sua carteira de crédito dimensionada para clientes de Rivera.
Quando da publicação da portaria, o Ministério da Fazenda informou que a medida assegura a harmonização com as regras utilizadas no Mercosul, pois Argentina, Uruguai e Paraguai já adotam a cota de 150 dólares.