Crise em free shops preocupa moradores de Santana do Livramento

Crise em free shops preocupa moradores de Santana do Livramento

Retração nas vendas pode se agravar com nova cota para compras

Jango Medeiros

Lojas de Rivera fizeram promoções no feriadão para aumentar movimento

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Considerada o maior centro comercial de venda de produtos importados do Uruguai, a cidade de Rivera, na fronteira com Santana do Livramento, amarga uma das piores crises do setor nas últimas décadas. Após a alta do dólar e medidas de ajuste fiscal que mexeram no bolso dos brasileiros, entidades avaliam que a perspectiva é a situação piorar quando o limite de compras de importados sem imposto definido pela Receita Federal na portaria 307/2014 cair de 300 dólares para 150 dólares a partir de 1º de julho de 2015, para quem entra no país por via terrestre, fluvial ou lacustre.

Para o presidente da Associação Comercial e Industrial de Livramento (Acil), Sérgio Oliveira, a medida já era prevista, mas chegará em um momento de retração econômica e deve trazer consequências desastrosas. “Com o novo limite, muitos clientes calcularão o custo-benefício e pensarão duas vezes antes de viajar à Fronteira.” Ele observa que 70% do que se ganha em salários no comércio de Rivera e em outros setores eram gastos em Livramento, mas, com a crise, os efeitos da retração já começam a ser percebidos em vários segmentos no lado brasileiro. Algumas lojas de Rivera já adotaram medidas de contenção de despesas, demitindo pessoal, e outras fecharam as portas.

Nesse feriadão, entretanto, houve bom movimento nos free shops riverenses, que apelaram para promoções a fim de atrair clientes. Algumas casas receberam dólar cotado a R$ 2,50 e outras reduziram preços de artigos como perfumes, uísques e condicionadores de ar. Porém, mantas térmicas, edredons e cobertores foram os mais procurados.

O presidente do Sindilojas, Pablo Escosteguy, destaca que uma das alternativas para aliviar a crise seria a prorrogação do prazo que mexe no limite de compras sem impostos. Segundo ele, isso é esperado até que as lojas francas brasileiras passem a operar regularmente no lado brasileiro, o que estaria definido para julho. Diz ainda que a relação do peso e o real é um bom atrativo para consumidores uruguaios, mas, com a redução do poder de compra e o desemprego, eles acabam investindo muito pouco no comércio de Livramento. Ele lembra que a cidade gaúcha tem entre 40% e 50% das vendas e sua carteira de crédito dimensionada para clientes de Rivera. 

Quando da publicação da portaria, o Ministério da Fazenda informou que a medida assegura a harmonização com as regras utilizadas no Mercosul, pois Argentina, Uruguai e Paraguai já adotam a cota de 150 dólares.

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