Dólar sobe 0,51% com Treasuries na véspera de fala de presidente do BC dos EUA

Dólar sobe 0,51% com Treasuries na véspera de fala de presidente do BC dos EUA

O dia foi marcado por sinal predominante de alta

AE

Dólar subiu pelo quinto pregão consecutivo

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Após dois pregões de queda firme, em que acumulou desvalorização de 2,47% e esboçou romper o piso de R$ 4,85, o dólar à vista subiu na sessão desta quinta-feira (24). O dia foi marcado por sinal predominante de alta da moeda norte-americana no exterior e queda dos preços de commodities metálicas.

As taxas dos Treasuries voltaram a subir em meio a dados positivos da economia dos Estados Unidos, falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e expectativa pelo discurso, na sexta-feira (25), do presidente do BC dos EUA, Jerome Powell, no Simpósio de Jackson Hole.

Com oscilação de pouco mais de três centavos entre a mínima (R$ 4,8557) e a máxima (R$ 4,8867), o dólar à vista encerrou o pregão em alta de 0,51%, cotado a R$ 4,8802. O dólar futuro para setembro, principal termômetro do apetite por negócios, movimentou pouco mais de US$ 10 bilhões. A divisa agora acumula queda de 1,77% na semana e avanço de 3,19% em agosto.

"Depois de certa euforia ontem com a aprovação do arcabouço e o apetite ao risco lá fora, hoje os mercados estão se ajustando, com dólar caindo e Bolsa em baixa. O comportamento dos Treasuries é a principal referência", afirma o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo, para quem o arcabouço fiscal não traz a segurança fiscal necessária para uma queda mais forte do dólar. "Por enquanto, o dólar está respeitando a banda de R$ 4,80 e R$ 5,00, com liquidez reduzida nos últimos dias".

No campo político, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT), afirmou que o pacote de medidas saneadoras da equipe econômica pode ultrapassar em 2024 os R$ 150 bilhões de receitas extras previstas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para cumprir a meta de déficit zero no ano que vem. Nos cálculos divulgados nesta quinta pelo parlamentar, a arrecadação extra pode atingir até R$ 205 bilhões no ano que vem.

Lá fora, o índice DXY operou em alta firme ao longo da sessão, com ganhos em relação ao euro e ao iene, e tocou o nível do 104,000 pontos na máxima. Entre moedas emergentes, destaque para a alta de mais de 5% da lira turca, após o Banco Central da Turquia elevar sua taxa de juros de 17,5% para 25%, bem acima do esperado.

Na véspera da fala de Powell em Jackson Hole, investidores digeriram declarações cautelosas de dirigentes do BC norte-americano. O presidente do Fed de Filadélfia, Patrick Harker, disse que "provavelmente" não haverá novas altas de juros, mas que a política monetária deve se manter em nível restritivo por "algum tempo", com taxa básica congelada pelo menos até o fim deste ano. Já a presidente da distrital de Boston, Susan Collins, alertou que, apesar de "sinais promissores" no combate à inflação, pode haver novas elevações dos juros.

"Após a pausa ontem, a taxa de juros de 10 anos nos EUA voltou a subir, o que fortalece o dólar. Existe muita expectativa pela fala do Powell amanhã, porque a percepção é de juros altos por mais tempo, com a economia americana ainda aquecida", afirma o economista Piter Carvalho, da Valor Investimentos.

Bolsa

Com poucos novos catalisadores para orientar os negócios nesta quinta-feira (24), o Ibovespa conseguiu sustentar a linha dos 117 mil pontos no fechamento da sessão, nível que chegou a conceder na mínima do dia, aos 116.847,66 pontos. No encerramento, a referência da B3 mostrava perda de 0,94%, aos 117.025,60 pontos, devolvendo parte dos ganhos que havia acumulado nas duas sessões anteriores, no que foi sua primeira sequência positiva do mês.

Em agosto, que termina na próxima quinta-feira, o índice ainda cede 4,03%, limitando a alta do ano a 6,64%. Na semana, o Ibovespa avança 1,40%, buscando sustentar recuperação parcial no intervalo, vindo já de quatro recuos na série semanal.

O desempenho moderadamente positivo do setor de utilities (Eletrobras ON +1,39%, PNB +1,38%) foi o contraponto à retração do setor financeiro, em grandes bancos como Bradesco (ON -1,99%, PN -2,40%), BB (ON -1,31%) e Itaú (PN -1,16%).

Petrobras não conseguiu sustentar os leves ganhos vistos em parte da tarde, e fechou em baixa (ON -0,25%, PN -0,16%), em dia também negativo para Vale (ON -1,33%), que havia ensaiado recuperação na quarta, com a melhora nos preços do minério de ferro. Após avanço de quase 4% na China na sessão anterior, o contrato mais negociado do minério em Dalian cedeu nesta quinta 0,86%.

Nas cinco sessões até o dia 23, quarta-feira, os preços do minério mostraram recuperação, de volta à faixa de US$ 111 por tonelada em Dalian, em meio ainda à expectativa pela adoção de medidas de estímulo, especialmente aos setores imobiliário e de infraestrutura, na China.

Na ponta perdedora do Ibovespa nesta quinta-feira, destaque para as aéreas Azul (-5,31%) e Gol (-4,57%), enquanto Raízen (+3,32%), Alpargatas (+2,28%) e IRB (+2,02%) puxaram a fila ganhadora na sessão, à frente das duas ações de Eletrobras. As ações de sucroalcooleiras, como Raízen, na ponta do índice nesta quinta-feira, reagiram positivamente ao ruído de que a Índia deve proibir a exportação de açúcar.

"Vamos nos aproximando de um fim de agosto negativo para a Bolsa, marcado pelo aumento dos rendimentos dos títulos dos Estados Unidos, possível rebaixamento da China pela Fitch, devido ao momento econômico, e consequentemente saída de capital estrangeiro do Brasil, em direção a ativos de menor, ou 'livres', de risco", diz André Luiz Rocha, operador de renda variável da Manchester Investimentos.


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