Dólar tem a maior queda diária desde 2018, e Bolsa salta 5,5% com otimismo após 1º turno

Dólar tem a maior queda diária desde 2018, e Bolsa salta 5,5% com otimismo após 1º turno

Mercado financeiro reage positivamente à formação de um Senado conservador e vê melhores perspectivas sobre a agenda econômica do próximo governo

R7

Moeda norte-americana acumula alta de 5,74% em junho

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O mercado financeiro reagiu com otimismo aos resultados do primeiro turno das eleições. Nesta segunda-feira (3), o dólar teve a maior queda diária desde 2018 e fechou o dia negociado a R$ 5,177. Já o Ibovespa, o principal índice acionário do Brasil, saltou 5,5%, acima dos 116 mil pontos.

Nesta sessão, a moeda norte-americana à vista despencou em sua maior queda percentual diária desde o recuo de 5,6% visto em 8 de junho de 2018. Na ocasião, a queda foi a mais expressiva desde outubro de 2008, determinada por uma intervenção do BC (Banco Central) no câmbio.

Na mínima do dia, a moeda caiu ao menor patamar desde o último dia 22 de setembro, negociada mais de R$ 0,20 abaixo da cotação de fechamento da sessão passada (R$ 5,394). A Bolsa operou em ascensão desde a abertura até o fechamento dos negócios.

No fechamento, o índice de referência do mercado acionário brasileiro subiu 5,54%, a 116.134,46 pontos, máxima de fechamento desde 14 abril deste ano. Foi também o maior ganho percentual diário desde 6 de abril de 2020.

A movimentação positiva do dia leva em conta o desempenho melhor do que o esperado do atual presidente Jair Bolsonaro (PL) e a formação de um Senado conservador, o que melhorou a perspectiva de investidores sobre a agenda econômica do próximo governo.

Com mais da metade dos senadores eleitos aliados ao presidente Bolsonaro, o entendimento nos mercados é que, mesmo que o ex-presidente Lula consiga a vitória no segundo turno, terá dificuldades para avançar com a agenda econômica prometida durante sua campanha.

"A performance de Bolsonaro mais forte do que o esperado tanto na eleição quanto no Senado/Congresso é positiva para os mercados", avaliam estrategistas do Citi em relatório. "Embora um segundo turno entre os dois candidatos fosse amplamente esperado, a composição do Legislativo obrigará Lula a moderar", completa o documento.

Entre os temores do mercado aparece o possível abandono da regra que fixa um limite para os gastos públicos, a principal âncora fiscal do Brasil, prometido diversas vezes pelo candidato petista. “O teto dos gastos, que tira dos pobres para dar aos ricos, aprofundou a agenda neoliberal na direção do Estado mínimo”, afirma Lula sobre a norma criada pelo ex-presidente Michel Temer.

Para Bruno Komura, analista da Ouro Preto Investimentos, o próximo Congresso ajuda a reduzir incertezas. "Caso Lula seja eleito, ele vai ter dificuldade de aprovar medidas radicais ou medidas extremas [...] e caso Bolsonaro seja reeleito talvez tenha perspectiva de continuidade da agenda liberal", afirma ele.

No Ibovespa, o movimento é também embalado pela forte alta dos preços do petróleo no exterior. As ações preferenciais da Petrobras (PETR4) saltaram 7,99%, a R$ 32,18. Banco do Brasil ON (BBAS3) registrou alta de 7,63%, a R$ 41,46, enquanto ITAÚ UNIBANCO PN (ITUB4) teve elevação de 6,08%, a R$ 29,75 — máxima histórica de fechamento — e BRADESCO PN (BBDC4) ganhou 6,91%, a R$ 21,21 - maior cotação de fechamento desde agosto de 2021.

As ações da Sabesp ON disparou 16,94%, a R$ 58, máxima desde agosto de 2020. Para analistas do Bradesco BBI, a possível eleição de Tarcísio de Freitas (Republicanos) para o Governo de São Paulo eleva a probabilidade de privatização da empresa responsável pelo fornecimento de água, coleta e tratamento de esgotos no estado.


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