Debate aborda a sustentabilidade empresarial nos próximos meses

Debate aborda a sustentabilidade empresarial nos próximos meses

Ex-governador Germano Rigotto e economista e sócio da Prosper Capital, Irineu Cassel, foram os convidados da live da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas

Christian Bueller

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Favoráveis à promoção de uma reforma tributária, em nível estadual e federal, mas não nos moldes atualmente propostas. O ex-governador do RS, Germano Rigotto, e o economista e sócio da Prosper Capital, Irineu Cassel, foram os convidados da live da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul. O debate virtual, mediado pelo consultor econômico da FCDL-RS, Eduardo Starosta, abordou a sustentabilidade empresarial nos próximos meses.

Lembrando que o tema é assunto desde a gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, passando por todos os mandatos federais até aqui, Rigotto é a favor da discussão, mesmo durante a crise da Covid-19 no país, mas com ressalvas. “Sempre acho que é bom momento, mas me preocupo. Os efeitos da pandemia interferem nas arrecadações dos Estados. Há desemprego, empresas fechando. Tudo isso pode contaminar o debate. Pode aparecer a vontade de arrecadar mais para conter o aumento de gasto. E não se deve aumentar a carga tributária, mas sim cargas setoriais”, opinou.

Presidente do Instituto Reformar de Estudos Políticos e Tributários, Rigotto sugere fortalecer as PPPs, nas áreas de logística e infraestrutura, por exemplo. “Com modelagem bem feita, nas concessões privatizações. Sem mudanças que o investidor tenha dúvida se continua ou não”, salientou, citando aeroportos, portos e rodovias como opções. O ex-governador apoia a reforma administrativa, política e continuidade da reforma previdenciária, além da revisão do pacto federativo. “O grande número de líderes na bancada, atualmente, é para não funcionar. Mas é preciso vontade política e deve começar pelo governo federal. Sou otimista, mas sem reformas, vamos continuar patinando”, afirmou.

Ele acredita que a reforma tributária proposta pelo governador Eduardo Leite deve ser analisado com cautela pelos deputados estaduais para que não haja aumento de impostos. Da mesma forma, o projeto proposto pelo Palácio do Planalto foi criticado durante a live. “Os governadores devem ser chamados para a mesa de negociação, para fazer correções necessárias, que desonere a produção e a exportação. Que não se olhe apenas para a arrecadação”, frisou Rigotto. A “CPMF com uma nova roupagem”, segundo ele, tem uma resistência dos deputados e senadores. “Tem que mexer na tributação sobre o consumo, com apenas um grande imposto sobre bens e serviços”, finaliza.

Irineu Cassel concorda com Rigotto e é ainda mais enfático sobre a discussão do tema em pleno cenário de pandemia. “Não poderia haver momento pior. O setor privado está travado, os lojistas estão fechados. Está num momento ‘porta de elevador’, em um abre e fecha, nenhum gestor consegue tocar um negócio desta forma. Mais de 7 mil empresas fechadas, 50 mil empregos perdidos”, pontuou.

Segundo ele, é até hora de pensar as mudanças, “mas não dessa forma que se pensa no Estado ou no governo federal”. “O governo do RS não está baixando alíquota, só não está propondo a manutenção de alíquotas majoradas. Com as novas alíquotas, 6% será o aumento de preços que os gaúchos terão que pagar. Vai cair (o valor da) gasolina, internet e conta de luz, mas vamos pagar mais sobre gás, alimentação e medicamentos. Está sendo proposto um aumento de impostos. Haverá uma majorada no custo de vida para os gaúchos”.


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