Depois de três anos de queda, abate de bovinos no país cresce 3,8%

Depois de três anos de queda, abate de bovinos no país cresce 3,8%

Rio Grande do Sul, no entanto, apresentou diminuição no abate de suínos

Agência Brasil

Rio Grande do Sul, no entanto, apresentou diminuição no abate de suínos

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O abate de bovinos cresceu 3,8% em 2017, após três anos de quedas consecutivas, atingindo 30,83 milhões de cabeças. Houve expansão de 2% no abate de suínos, que atingiu 43,19 milhões de cabeças, um novo recorde na série histórica iniciada em 1997. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira, no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Fazem parte da Pesquisa Trimestral do Abate de Animais relativos a 2017. O estudo, no entanto, constatou recuo de 0,3% no abate de frangos em relação a 2016, depois de quatro anos consecutivos de crescimento. Foram abatidas 5,84 milhões de cabeças de frango.

Os dados indicam, ainda, que a aquisição de leite subiu 4,1% em relação a 2016, chegando a 24,12 bilhões de litros; a compra de couro cresceu 1,3%, no período, enquanto a produção de ovos aumentou 6,7%, totalizando 3,3 bilhões de dúzias, também recorde da série histórica iniciada em 1987.

Pecuária supera crise

O crescimento de 3,8% no abate de bovinos mostra o setor da pecuária do país superando a crise verificada ao longo do ano passado, marcado pela redução da demanda por carne bovina no mercado interno e pela Operação Carne Fraca, da Polícia Federal. 

Ao fechar 2017 com abate de 30,8 milhões de cabeças, o setor da pecuária abateu mais 1,1 milhão de cabeças de gado do que em 2016. Esse foi o primeiro crescimento anual após quedas entre 2014 e 2016. O IBGE disse que, em abril de 2017, o setor acusou queda de 15,6% no abate em relação a março, a segunda maior retração mensal da série histórica iniciada em 1997.

Segundo o instituto, os motivos principais foram "a paralisação de atividades e férias coletivas concedidas por frigoríficos da empresa alvo da operação policial", o que levou a um resultado negativo no segundo trimestre de 2017: queda de 3%. Outro desafio enfrentado pelo setor, segundo o IBGE, foi o desaquecimento na demanda interna por carne bovina, em razão da crise econômica. "Isso é mostrado pela queda nos preços de todos os cortes de carne.

Enquanto o Índice de Preços do Consumidor Amplo (IPCA) de 2017 foi de 2,95%, o filé mignon teve deflação (inflação negativa) de 5,53%, a alcatra, de 4,95%, e a costela, de 2,52%." Para a gerente de pecuária do IBGE, Angela Lobão, 2017 foi "um ano desafiador para a pecuária por conta da demanda ainda enfraquecida no mercado interno e da operação Carne Fraca, da Polícia Federal".

Ainda segunda Angela, contribuíram para contornar a crise "o aumento de 12,1% nas exportações de carne bovina, cujo principal comprador é a Rússia, e a maior oferta de animais devido a investimentos em reprodução para o aumento de efetivos". Mato Grosso continuou liderando o ranking nacional no abate de bovinos em 2017, com 15,6% da participação nacional, seguido por seus dois vizinhos do Centro-Oeste: Mato Grosso do Sul (11,1%) e Goiás (10,3%).

Supersafra determina recorde no abate de suínos

A supersafra obtida no ano passado, com a maior produção de cereais, leguminosas e oleaginosas da história do país, foi a principal causa no novo recorde no número de abates de suínos. Segundo o IBGE, o abate de suínos, que supera o de bovinos desde 2008, aumentou 2% e atingiu novo recorde em 2017: 43,2 milhões de cabeças.

O abate cresceu em 12 dos 25 estados pesquisados. Entre os que têm participação acima de 1%, houve aumento em Santa Catarina (+772,49 mil cabeças), Paraná (+322,56 mil cabeças), Mato Grosso do Sul (+128,18 mil cabeças), Minas Gerais (+100,06 mil cabeças) e Mato Grosso (+75,78 mil cabeças).

Em contrapartida constatou-se queda no Rio Grande do Sul (-334,55 mil cabeças), São Paulo (-81,87 mil cabeças) e Goiás (-69,77 mil cabeças). Santa Catarina manteve a liderança no abate de suínos em 2017, com 26,6% do abate nacional, seguido por Paraná (21,3%) e Rio Grande do Sul (18,6%).

Aquisição de leite cresce

Outra constatação do IBGE é que, em 2017, os laticínios sob serviço de inspeção sanitária representaram 24,12 bilhões de litros, um acréscimo de 4,1% em relação ao ano anterior. "É a primeira retomada depois de dois anos seguidos de queda na série histórica anual da aquisição de leite", afirma o instituto.

A aquisição de 947,29 milhões de litros de leite a mais em nível nacional, no comparativo 2017/2016, resultou do aumento no volume captado em 18 dos 26 estados participantes da Pesquisa Trimestral do Leite. Os maiores aumentos ocorreram em São Paulo (+313,05 milhões de litros), Santa Catarina (+319,16 milhões de litros), Rio Grande do Sul (+169,40 milhões de litros) e Goiás (+151,95 milhões de litros).

Já a queda mais expressiva ocorreu em Minas Gerais (-116,07 milhões de litros). Apesar do recuo, Minas manteve sua liderança no ranking dos estados, com 24,8% de participação nacional, seguido por Rio Grande do Sul (14,8%) e São Paulo (11,9%).

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