Desigualdade entre municípios brasileiros cai 22,8% em 30 anos
Estado com maior diferença de rendimento domiciliar é Roraima, aponta Ipea
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A queda mais expressiva ocorreu na década de 1990, quando o índice de Gini dos municípios saiu de 0,32 e atingiu 0,26 em 2000. O estudo do Ipea, porém, não identifica as causas das variações. "São inúmeros fatores, desde a elaboração da Constituição Federal de 1988 que promoveu descentralização dos recursos, até o padrão de crescimento da região", afirmou o assessor técnico da presidência do Ipea André Calixtre. "O comunicado apenas constata o processo, mas não olha os determinantes", completou.
A região que registrou maior queda no grau de desigualdade no rendimento domiciliar médio per capita entre os municípios foi a Nordeste, que passou de um índice de 0,219 em 1980 para 0,133 em 2010. "Existe uma tendência de desconcentração no País, há uma difusão para outras regiões", afirmou Calixtre. A Região Norte, por outro lado, teve a menor queda, de 0,215 para 0,183 no mesmo período. No Sudeste, a diferença caiu de 0,234 em 1980 para 0,173. No Sul, de 0,193 para 0,136 e no Centro-Oeste, de 0,191 para 0,119.
Na análise por Estados, a maior queda é a da Paraíba (de 0,20 para 0,11), enquanto Roraima apresentou a maior elevação do índice Gini (de 0,15 para 0,19) e hoje ocupa o posto de Estado mais desigual, segundo o índice do Ipea. As unidades da federação com menores graus de desigualdade no rendimento domiciliar per capita médio dos municípios são Rondônia, Rio Grande do Norte, Paraíba, Mato Grosso do Sul, Goiás e Ceará, todos com 0,11 em 2010. O Estado de São Paulo reduziu o índice de 0,18 em 1980 para,12 em 2010.