Dirigentes da Renault, Nissan e Mitsubishi reafirmam compromisso com aliança

Dirigentes da Renault, Nissan e Mitsubishi reafirmam compromisso com aliança

Grupo tenta convencer de que união se perpetua após a prisão do presidente Carlos Ghosn

AFP

Trio também salientou "êxito" de atuação nas últimas duas décadas

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Os dirigentes de Renault, Nissan e Mitsubishi reiteraram nesta quinta-feira seu "profundo" compromisso com a aliança entre os três grupos automobilísticos, em sua primeira reunião em Amsterdã desde a detenção do diretor Carlos Ghosn. "Continuamos plenamente comprometidos com esta Aliança que forma o primeiro grupo automobilístico mundial", afirmaram as três empresas em um comunicado conjunto, enquanto Ghosn continua preso no Japão por suspeita de má conduta financeira.

Os diretores das três fabricantes tentam convencer de que têm a intenção de perpetuar a aliança, depois de que a detenção de Carlos Ghosn e sua destituição à frente da Nissan revelou tensões entre o grupo francês e seu sócio japonês.

No comunicado, os três grupos lembram o "êxito" do trio há duas décadas, onde garantem ter formado a maior fabricante mundial de automóveis, com 10,6 milhões de veículos vendidos no ano passado.

450 mil funcionários

Em uma mensagem consultada pela AFP, os diretivos executivos dos três construtores tentaram tranquilizar seus 450 mil funcionários. "Nosso plano é claro, e mais do que nunca continuaremos funcionando de forma fluida e profissional" garantem. Todas as partes "expressaram seu determinado apoio e seu desejo de manter nossa união".

O presidente-executivo da Nissan, Hiroto Saikawa, e o número dois da Renault, Thierry Bolloré, pretendem participar em uma reunião em Amsterdã nesta quinta-feira em videoconferência, segundo fontes próximas ao caso. Na manhã de quinta-feira não havia vazado nenhum detalhe sobre o conteúdo do encontro.

Na terça-feira, o ministro francês da Economia Bruno Le Maire advertiu que não se modificaria de forma alguma os grandes equilíbrios no grupo, até agora um dos poucos exemplos de fusão exitosa no setor automotivo. "Há hoje um equilíbrio que me parece bom. Há participações cruzadas entre a Renault e a Nissan que não devem mudar", disse. A Renault possui atualmente 43,4% do capital da Nissan, que tem uma participação de 15% na fabricante francesa.

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Desigualdade

Um dia antes, Hiroto Saikawa, presidente de Nissan, havia lamentado em uma reunião na sede da fabricante japonesa, a existência de "desigualdades" dentro da aliança. Segundo ele, a atual repartição de poderes, encarnado até sua detenção pela onipresença de Ghosn, impede qualquer negociação estratégica entre Renault e Nissan.

Em teoria, Ghosn segue sendo presidente executivo da co-empresa Renault Nissan BV, o que deixa a companhia sem liderança. O peso da parte francesa nos equilíbrios internos da aliança é considerado excessivo pelos executivos japoneses, sobretudo considerando o volume de negócios da Nissan, que é muito superior ao da Renault.

Na direção, a Renault e a Nissan nomeiam o mesmo número de membros (cinco), mas o grupo francês nomeia o presidente executivo, que é quem decide em caso de empate nas votações.

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