Do nome sujo ao investimento: os primeiros passos para organizar a vida financeira
Planejamento e organização são fundamentais para virar o jogo e guardar dinheiro no final do mês
publicidade
Está endividado e não sabe como organizar sua vida financeira? De acordo com dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, da CNC (Confederação Nacional do Comércio), a parcela de inadimplentes, aqueles que têm contas ou dívidas em atraso, chegou a 28,7% das famílias brasileiras em maio.
No entanto, independentemente dos motivos que levam alguém a ficar com o nome "sujo", com planejamento é possível voltar ao cadastro positivo e recuperar as condições para investir. Além disso, dá para aprender a não ir mais para a lista de inadimplentes. Neste processo de mudança, duas palavras são fundamentais: organização e controle.
Confira oito dicas do educador financeiro Reinaldo Domingos, autor de Livre-se das Dívidas e também dos sites de educação financeira Mobills, Acordo Certo e Serasa Ensina para organizar sua vida financeira.
Como organizar a vida financeira: 8 passos essenciais para começar
1) Faça um levantamento de todas as suas dívidas
O primeiro passo é saber para quem deve. Faça um levantamento que inclui quais os tipos de dívida, quem é o credor (pessoa ou empresa para quem você deve), qual o valor inicial e atual da dívida, o CET (Custo Efetivo Total) da dívida, que inclui juros mais taxas e prazo da dívida.
Coloque as dívidas em ordem decrescente da taxa de juros (do maior juro para o menor juro). Desse modo fica mais fácil saber qual dívida priorizar na negociação.
2) Faça a análise da sua situação financeira
Aqui você precisa fazer um diagnóstico completo de toda sua vida financeira. Registre tudo (até mesmo os pequenos gastos como cafezinho e gorjetas) por 30 dias para descobrir para onde está indo cada centavo do seu dinheiro.
3) Avise a família
É importante que toda a família esteja a par da situação financeira, pois todos devem se envolver no corte de gastos e também na busca de alternativas para encontrar fontes de renda extra.
4) Corte todos os gastos que não forem necessários
Quando as pessoas estão endividadas, precisam aprender a apertar o cinto e adaptar os gastos à renda e não o contrário. Avalie todas as despesas e veja onde é possível fazer cortes e reduções. Corte tudo que for supérfluo: academia, assinaturas de serviços e produtos, idas ao salão de beleza. Utilize opções de lazer gratuito.
5) Saiba que crédito não faz parte da sua renda
A sua renda é o que recebe no fim do mês já tirando todos os descontos, e é isso que deve aprender a usar, sem cair na tentação de somar ao limite do cheque especial ou do cartão de crédito. Se você trabalha para pagar o rotativo do cartão e não consegue cobrir o cheque especial, provavelmente já entendeu por que está endividado.
6) Monte um plano de ação
Defina uma ordem de prioridade para saber quais as dívidas serão pagas ou negociadas primeiro. Devem ser priorizados os pagamentos de contas essenciais, evitando o corte de fornecimento de serviços indispensáveis, como água, luz, plano de saúde.
Depois, priorize as dívidas com as maiores taxas de juros, como cheque especial e rotativo do cartão. Caso tenha possibilidade de pagar uma dívida com juros menores, uma possibilidade é trocar a dívida de juros muito altos por outra com juros menores, como um empréstimo pessoal.
7) Busque uma renda extra
Às vezes, só cortar não basta, ou mesmo com todos os cortes possíveis ainda falta dinheiro para se livrar das dívidas. Se essa for a sua situação, o caminho pode ser a renda extra. Pode ser com um trabalho nas horas que estavam livres, bicos nos finais de semana ou mesmo com vendas.
8) Comece a poupar dinheiro
Não deixe para poupar apenas o que sobra no final do mês, porque quando estamos descontrolados financeiramente nunca sobra nada. O ideal é poupar pelo menos 10% de seu salário assim que ele cai na sua conta. Mesmo que inicialmente não dê para poupar esse porcentual, comece com qualquer valor, para cultivar o hábito.