Em novo dia de queda, dólar termina cotado em R$ 5,27

Em novo dia de queda, dólar termina cotado em R$ 5,27

Nesta segunda-feira, o real teve o melhor desempenho no mercado internacional, em uma cesta de 34 moedas

AE

Após quatro altas, Ibovespa realizou lucros e fechou em baixa de 1,28%

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O dólar teve novo dia de queda nesta segunda-feira, embora tenha diminuído o ritmo nos negócios da tarde. O real acompanhou as moedas emergentes, em dia marcado por enfraquecimento generalizado no mercado internacional, refletindo por um lado a elevada liquidez e a expectativa de reabertura das economias, hoje com Nova Iorque iniciando nova fase, o que estimulou a busca por risco nas bolsas americanas. Ao mesmo tempo, há o temor de uma segunda onda de coronavírus, com casos crescendo na Califórnia e Arizona.

Operadores relataram entrada de recursos externos no mercado doméstico, com o noticiário político sem maiores surpresas hoje, mas com as mesas monitorando os desdobramentos da prisão de Fabrício Queiróz. Na B3, junho pode ser o primeiro mês com fluxo positivo desde setembro de 2019. Nesta segunda-feira, o real teve o melhor desempenho no mercado internacional, em uma cesta de 34 moedas. No final do dia, o dólar à vista terminou em baixa de 0,89%, cotado em R$ 5,2706. Na mínima do dia, chegou a operar pela manhã abaixo de R$ 5,20. O dólar futuro para julho era negociado em queda de 0,84%, a R$ 5,2745 às 17h, mas a liquidez estava fraca, somando apenas US$ 12 bilhões em negócios, abaixo da média de US$ 18 bilhões de dias com bom volume.

O economista e operador da Advanced Corretora de Câmbio Alessandro Faganello observa que o mercado tem se movido por movimentos diferentes. Por um lado, o receio de uma segunda onda de coronavírus após relatos de aumentos de casos nos EUA. Por outros, ampla liquidez e apostas de recuperação nas economias que estão reabrindo.

Faganello lembra que a Casa Branca minimizou hoje os riscos de uma segunda onda, enquanto cresce no mercado a perspectiva de novo pacote de estímulos fiscais de Donald Trump. No mercado doméstico, com relação a atividade, o economista destaca que a prévia de índice de confiança de junho sinaliza que o indicador deve ter boa recuperação. O Índice de Confiança da Indústria (ICI) apurado na prévia de junho teve um avanço de 15,2 pontos em relação ao resultado fechado de maio. Se confirmado, o avanço será o mais acentuado da série histórica.

Sobre a atividade, o secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, disse hoje que a volta da economia em maio foi muito forte e abril foi mesmo o fundo do poço. Ele também prometeu que daqui a "dez ou doze dias" a agenda de reformas vai "vir forte" no Congresso.

Ibovespa

O Ibovespa inicia a semana em terreno negativo, realizando lucros após sequência de quatro ganhos, que contribuíram para avanço de 4,07% ao longo da semana passada e que acentuavam então a alta no mês a 10,49%. Nesta segunda-feira, o principal índice da B3 ampliou perdas a partir das 15h, enquanto os mercados de Nova Iorque mantinham ganhos moderados, que colocariam o Nasdaq em nova máxima histórica de fechamento. Na mínima do dia, o Ibovespa cedeu a linha de 95 mil, aos 94.868,81 pontos, em queda de 1,76% às 16h25, tendo buscado mais cedo reaproximar-se da linha de 97 mil na máxima, a 96.870,44 pontos. Ao final, indicava perda de 1,28%, a 95.335,96 pontos, com giro financeiro a R$ 23,0 bilhões.

Nas 15 sessões anteriores, o índice havia subido em 11 ocasiões, tendo registrado quatro ganhos após quatro perdas consecutivas, as quais, por sua vez, sucederam sete avanços seguidos. "Tivemos hoje uma realização de lucros puxada pelas ações de bancos e da Petrobras. O mercado vai seguir volátil porque há incerteza com relação a uma segunda onda de coronavírus, e a demanda na economia, quando voltar, não será com tudo. O momento é de cautela e de seletividade, agora, quanto ao ponto de entrada", diz Márcio Gomes, analista da Necton.

No ano, o índice acumula perda de 17,56%, com avanço de 9,08% até aqui no mês de junho. Hoje, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que todos os países devem reforçar as medidas contra a pandemia de Covid-19 - ontem, a OMS havia anunciado crescimento de 183 mil novos casos em sua contagem diária da doença, novo recorde. Apesar da cautela quanto ao ritmo de recuperação da economia doméstica, e dos temores persistentes quanto à evolução do coronavírus, algumas ações conseguiram se descolar do sentimento negativo que predominou na sessão, para fechar o dia em alta, como IRB (+16,46%), BTG (+5,54%) e Cogna (+4,75%).

Destaque também para Sabesp (+4,41%), quarta maior alta do Ibovespa na sessão, com a expectativa de que o Senado vote, e aprove, na quarta-feira o marco legal do setor de saneamento, seguindo então para sanção presidencial. No lado oposto do Ibovespa, Raia Drogasil cedeu hoje 5,56%, Azul, 5,37%,e Minerva, 4,84%. Entre as ações e setores de maior peso no índice, as de commodities e bancos também tiveram desempenho negativo na sessão, com Petrobras PN em baixa de 2,42% e Bradesco PN, de 3,49%.

Em um dia com poucos catalisadores para os negócios, e na véspera da divulgação da ata do Copom, "o mercado aqui aproveitou para realizar enquanto subia lá fora", o que contribui para criar novas oportunidades de compra e melhorar a liquidez, observa Jefferson Laatus. estrategista-chefe do Grupo Laatus.

"O ajuste de hoje foi pequeno, deixando o Ibovespa no nível de poucos dias antes. Era uma realização que se esperava para quinta ou sexta da semana passada, mas não veio, e hoje, na falta de notícias que favorecessem novo avanço, foi a chance de realizar", acrescenta Laatus, observando que, além da ata do Copom, amanhã, a semana reserva dados como os de encomendas de bens duráveis nos EUA, que ajudam a conferir o grau de atividade.

Taxa de Juros

As taxas futuras de juros operaram nesta segunda-feira com leve viés de alta, à medida que o investidor aguarda mais clareza em relação aos próximos passos das políticas monetária e fiscal do País. A agenda esvaziada de indicadores e eventos hoje se traduziu em liquidez reduzida na maior parte dos contratos. A partir de amanhã, contudo, vem a público uma bateria de informações econômicas, que devem calibrar as apostas no mercado de juros: começa com a ata do Copom, passa pelo IPCA-15 e pelo Relatório Trimestral de Inflação e culmina na provável definição da meta de 2023 pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) de janeiro de 2021 passou de 2,019% na sexta-feira para 2,035% hoje (máxima). O janeiro 2022 foi de 3,012% para 3,030%. O janeiro 2025 avançou de 5,823% para 5,910% (máxima). E o janeiro 2027 subiu de 6,803% para 5,823%. Em todos os casos, a liquidez se encontra abaixo da média da semana passada.

Com esta série de informes, o mercado espera extrair informações sobre os próximos atos do Banco Central em relação à Selic. Na ata, a expectativa é de emergir novamente o debate em torno do limite efetivo mínimo dos juros, bem como em relação ao balanço de riscos. Analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast não aguardam uma sinalização muito distinta para a trajetória da taxa do que a vista no comunicado que seguiu a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), na semana passada.

Essa visão é também a da economista-chefe do Banco Inter, Rafaela Vitória. Ela estima que o BC vai manter a Selic em 2,25% em agosto e deixar a taxa em níveis tão baixos no horizonte de dois anos. Para meados de 2022, por exemplo, ela aguarda juro básico a 3,50%.

"A curva começa a precificar taxas mais baixas. É claro que há o risco fiscal, mas se a gente trabalhar na agenda de reformas e manutenção do teto de gastos, é possível manter o juro mais baixo. Podemos até caminhar para uma taxa neutra próxima de 2,5%", afirmou.

A economista chama a atenção ainda para a reunião do CMN na quinta-feira. Na reunião, deve ser decidida a meta de inflação para 2023. O colegiado tem como alvo 4,00% em 2020, 3,75% em 2021 e 3,50% em 2022.

"Há espaço para o BC ir para 3%. Mas considerando o processo gradual de redução da meta, a partir dos 3,75% de 2021, esperamos que a de 2023 seja de 3,25%", afirmou, lembrando que os núcleos de inflação têm rodado abaixo de 3% e que o BC tem credibilidade em ancorar as expectativas.


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