Empresários analisam que crise por Covid-19 exigirá investimentos em humanidade e tecnologia

Empresários analisam que crise por Covid-19 exigirá investimentos em humanidade e tecnologia

Para Paulo Bertinetti e César Saut, o "novo normal" antecipará mudanças do futuro

Gabriel Guedes

Para Paulo Bertinetti e César Saut, o "novo normal" antecipará mudanças do futuro

publicidade

É bastante visível que além dos impactos, a pandemia da Covid-19 também está moldando uma nova configuração de sociedade e economia. O surgimento de produtos inovadores e as alternativas de negócios, o avanço da automação, implementação de novas tecnologias e o advento do "home office" deverão entrar em pauta quando o coronavírus sair de cena.

“Esta crise é diferente de todas as outras da história. E teremos impacto de curto e médio prazo e também mudanças significativas neste tempo”, afirmou o presidente da Rio Grande Seguros e vice da Icatu Seguros, César Saut. Junto com o diretor-presidente da Wilson Sons, Unidade Tecon Rio Grande, Paulo Bertinetti, ele participou da edição desta quarta-feira do programa "Tá na Mesa", da Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul), que segue apurando os impactos da pandemia em diversos setores da economia.

Saut foi quem iniciou o encontro, transmitido pela página da Federasul no Facebook. Sobre as mudanças que estão para acontecer, algumas aceleradas pela Covid-19, “o novo normal é a antecipação do futuro que vinha sendo postergado. A inovação tecnológica, a avaliação da necessidade do home office, entre outras alternativas que estavam sendo proteladas, tiveram que ser implementadas em tempo recorde e a força”, colocou.

Uma onda que, segundo o executivo da Wilson Sons, será cada vez mais uma realidade. “A tendência no futuro é fazermos tudo a distância. Também teremos um novo estilo de trabalho: voltar a ter uma relação mais pura, mais clara com seus clientes”, avaliou Bertinetti. Além do cafézinho pronto, o empresário conta que a secretária faz falta neste período de home office. “Ela é o grande filtro do executivo e a gente acaba ficando disponível 24 horas”, contou.

A pandemia também está sendo um tempo para, quem sabe, o homem seja mais humano. Foi a reflexão feita por Bertinetti. “Temos que ter coragem para enfrentar o momento, pensar nas pessoas, e na medida do possível, preservar os empregos”, frisou o empresário. Neste sentido, o presidente da Rio Grande Seguros, lembrou que a companhia, que conta com cerca de 2 mil funcionários, manteve apenas 30% trabalhando nos escritórios. “Teve a dona de um restaurante perto que nos disse que conseguiu manter o negócio aberto por nossa causa, que assim ela conseguia o mínimo para seguir adiante”, mencionou Saut.

Ainda que otimista, Saut frisou que o que será visto nos próximos meses será um quadro desolador. “O efeito pós-pandemia será o mesmo do pós-guerra”, comparou. Será um cenário em que 80% das pessoas está pessimista ou inseguro com relação à economia e para enfrentar isso, tanto as empresas quanto as pessoas, terão que desenvolver novas habilidades. “Desaprenda… virou obrigatório. Desaprender e aprender, para que se adapte à realidade”, sugeriu.

Significa que empresas deverão investir em novas tecnologias ao mesmo tempo que tenham um propósito, como a valorização do produto nacional, entre outros. “A pandemia nos trouxe perda de resultados. Mas erros e devaneios na política vão nos atrasar”, apontou Saut. “Temos que curar uma ferida e pensar em tratar do futuro”, concluiu o diretor-presidente da Wilson Sons.


Empreendedor criou negócio para oferecer a receita ‘perfeita’ de xis em Porto Alegre

Quinta unidade inaugurada desde 2020 tem no cardápio lanches, petiscos e pratos

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895