Entidade gaúcha projeta crescimento de 3,3% do comércio no Rio Grande do Sul

Entidade gaúcha projeta crescimento de 3,3% do comércio no Rio Grande do Sul

Conforme a FCDL-RS, o desempenho do varejo gaúcho neste ano foi positivo mesmo diante de restrições por causa da pandemia

Felipe Samuel

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O desempenho do varejo em meio à pandemia do coronavírus anima o setor, que projeta crescimento de 3,3% este ano no Rio Grande do Sul. É o que projeta a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul (FCDL-RS), que apresentou nesta quarta-feira balanço das atividades. Conforme a entidade, até outubro o segmento criou 26.332 vagas.

Economista e professor da Escola de Negócios da PUCRS, Gustavo Inácio de Moraes, explica que o desempenho do comércio foi sustentado pelas vendas dos setores de tecidos, vestuários e calçados, artigos de uso pessoal e doméstico, vendas de veículos, motocicletas, entre outros. A comercialização de livros, jornais, revistas e papelaria deve encerrar o ano com queda de 25,4%, o que aponta uma tendência de mudança tecnológica. "Todos os ramos do comércio cresceram, excetuando-se aqueles que sofrem transformação para o virtual mais aceleradamente", assinala.

No Estado, Moraes alerta que o crescimento do setor deve ficar acima da média brasileira, que é de 3%, e reforça que houve evolução geral em todos os segmentos do setor de varejo. Ele acredita que alguns setores do chamado varejo restrito devem ter desempenho superior. "Tecidos, hipermercados e supermercados, artigos farmacêuticos, em 2022, talvez tenham um desempenho muito melhor do que setores de material de construção, de veículos e imobiliário", destaca.

Ele avalia que apesar das dificuldades, a perspectiva do Estado para 2022 é positiva. "O comércio continuará crescendo acima da média nacional e gerando empregos", observa. Entre os desafios apontados para o próximo ano estão o baixo crescimento econômico, inflação próxima ao teto da meta de final de ano, taxa de juros elevadas e cenário eleitoral. Moraes avalia que o desempenho projetado para 2022 vai permitir a 'recuperação da década perdida'. "O crescimento de 2022 permitirá tão somente ao varejo retornar ao seu nível de 2014", compara.

Desempenho positivo

O presidente da FCDL, Vitor Augusto Koch, avalia que o comércio foi prejudicado pelos decretos do Estado que determinavam restrições ao funcionamento do setor durante a pandemia. Mesmo diante desse cenário, Koch considera positivo o desempenho do varejo gaúcho. "Tivemos um ano extremamente positivo, fechamos com 26 mil novos postos de trabalho no Rio Grande do Sul, o que a gente considera extremamente positivo. Hoje o comércio está empregando 624 mil pessoas", destaca.

A entidade avalia que a política de elevação da taxa de juros adotada pelo Banco Central prejudica o crescimento do setor, freia o consumo e aumenta o risco de crédito. "Não concordamos com aumento de juros. O governo acha que é uma ferramenta adequada, mas achamos que é um freio para a economia esse aumento de juros, porque o crediário vai aumentar o valor e quando aumenta o valor dos juros a pessoa faz o cálculo à vista e a prazo e acaba 'segurando' as compras", observa.

No Estado, Koch ressalta que as vagas disponíveis têm salários acima do piso salarial. "Estamos observando absorção de mão de obra muito grande na região da Serra, em Gramado e Canela, que é justamente em bares, restaurantes, serviços, e que influi diretamente no nosso resultado no varejo", afirma. O dirigente também destaca a redução do ICMS para o próximo ano. "As alíquotas de ICMS reduzidas, que voltam ao patamar normal que era antes da majoração, favorecem muito e agregam renda às pessoas", completa.


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