Envelhecimento no RS é mais acelerado, mostra Censo

A sinopse do Censo Demográfico 2010 aponta o envelhecimento da população do Rio Grande do Sul em um ritmo bastante acelerado se comparado a outras localidades do país e do mundo. Também chama atenção que na década de 70 a média de filhos por família era de seis e hoje caiu para a metade desse total, mudando consideravelmente a pirâmide etária, que passa a ter a base mais estreita e a parte superior ampliada no período avaliado por Marilene Dias Bandeira, da Fundação de Economia e Estatística (FEE). Essas informações estão na Carta de Conjuntura divulgada quinta-feira pela FEE.

No período entre 1970 e 2010, a população gaúcha de 60 anos ou mais aumentou em mais de 1 milhão de pessoas, passando de 384.502 para 1.459.597. Um novo dado apontado foi o fato de o Rio Grande do Sul ter o maior percentual de pessoas com 65 anos ou mais entre os estados brasileiros (9,3%). Esse número aumentou bastante nas últimas décadas. Em 1970 eram apenas de 3,7%. Hoje são 994.613 pessoas.

Outro indicador que demonstra o envelhecimento populacional é a razão de dependência dos idosos acima de 60 anos daquela potencialmente ativa, entre 15 e 59 anos. Em 1970, a proporção era de 10,5 idosos para cada cem pessoas potencialmente ativas e hoje é 20,8 em cada 100. O cenário mostra que o Estado ainda aproveita o chamado bônus demográfico, fenômeno caracterizado pelo fato de a força de trabalho ser muito maior que a população dependente. "Esse movimento não deverá se estender por muitas décadas, talvez até 2030", observou Marilene. "As políticas públicas implementadas pelo governo terão de levar em conta essa nova realidade."