Especialista dá dicas de como sair do vermelho em 2025
No Rio Grande do Sul, Serasa aponta que 39,4% da população têm dívidas

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O Mapa de Inadimplência e Renegociação de Dívidas do Serasa de outubro mostra que o Brasil tem 73 milhões de famílias endividadas, um total de 45,12% de inadimplentes somando todos os estados brasileiros. No Rio Grande do Sul, 39,40% da população têm débitos. Segundo Carlos Moraes, docente do curso de Ciências Contábeis da Faculdade Anhanguera de Passo Fundo, os recursos financeiros extras no final do ano e as oportunidades de descontos ajudam a quitar dívidas ou ao menos atenuá-las.
“A maioria dos brasileiros recebeu o 13º salário, bonificações ou gratificações de fim de ano, o que aumenta a disponibilidade de recursos financeiros. Esse dinheiro extra pode ser muito útil acerca desse contexto de quitação de dívidas”, avaliou.
De acordo com Carlos Moraes, o maior perigo para o aumento de dívidas, segue sendo o cartão de crédito. O Mapa da Inadimplência mostra, por exemplo, que o cartão de crédito representa 27,86% das dívidas no Brasil. “Compras no cartão de crédito em atraso têm os valores transformados em crédito rotativo e possui juros que, geralmente, estão entre os mais altos do mercado”, alerta.
O especialista analisa, que a média de juros do rotativo era de 455% a.a. em 2023, (Banco Central), e em 3 de janeiro de 2024, entraram em vigor, novas regras para o crédito rotativo do cartão de crédito (CMN - Conselho Monetário Nacional). “Como dica, sugiro anotar todas as dívidas em uma planilha e entrar em contato com os credores para negociar os pagamentos. É crucial que o endividado só feche acordos se as condições forem compatíveis com sua realidade financeira. Quebrar o contrato de débito pode levar à perda dos descontos oferecidos, cancelamento da renegociação e retomada de juros.”
Além disso, o professor destaca a importância do autoconhecimento para evitar novas dívidas. “Avalie cada compra, priorize o pagamento de contas já existentes. Pratique o autocontrole, o autoconhecimento. Será que esse bem é importante agora? Para equilibrar a renda, procure destinar 50% para gastos essenciais, como aluguel, alimentação e transporte; 30% para estilo de vida, como academia e lazer; e 20% para pagamento de empréstimos ou investimentos”, ressalta.
Confira algumas dicas para sair do vermelho ainda em 2024 e começar com tudo em 2025:
- Tenha uma planilha de controle de gastos, incluindo despesas fixas mensais e gastos com cartão de débito;
- Faça uma lista antes de ir ao supermercado, por exemplo, defina uma data fixa para compras mensais e pesquise preços;
- Evite ter muitos cartões de crédito, priorize o pagamento à vista e, se precisar parcelar, escolha o número de parcelas sem juros;
- Opte por um carro mais econômico e faça revisões regularmente para evitar gastos excessivos com reparos;
- Adote hábitos de consumo consciente para economizar alimentos, água e energia;
- Ao renovar o contrato de aluguel, proponha uma renegociação ao proprietário e explique sua situação;
- Desconfie de ofertas que são muitos boas para ser verdade:
- O empréstimo consignado é uma das linhas de crédito mais baratas do mercado, no entanto, o pagamento é automático, por meio de desconto na fonte de renda, por isso, pode originar endividamento, com multas e juros sobre as parcelas em atraso. Além disso, há o risco de precisar quitar a dívida de uma vez, em caso de perda de emprego com carteira assinada;
- Quitar dívidas no final do ano permite começar o ano seguinte com uma situação financeira mais equilibrada. Isso facilita o planejamento financeiro e a definição de novas metas para o próximo ano;
- A quitação de dívidas pode reduzir o estresse financeiro, proporcionando um final de ano mais tranquilo e permitindo que as pessoas aproveitem melhor as festividades e as férias;
- Quitar dívidas pode melhorar a pontuação de crédito, o que pode ser benéfico para futuras necessidades de financiamento, como a compra de um imóvel ou um carro;
- Ao quitar dívidas no final do ano, evita-se o acúmulo de juros e encargos adicionais que poderiam aumentar o valor total da dívida ao longo do tempo.