Estudo aponta que China teve o surgimento de dois bilionários por semana em 2017
País asiático passou 16 bilionários em 2006 para 373 em 2017
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O desenvolvimento foi duas vezes maior na China, onde o crescimento foi avaliado em 29%, a 1,12 trilhão de dólares, de acordo com este estudo realizado pelo banco suíço em colaboração com a auditoria e consultoria PwC. Em comparação, a fortuna dos bilionários americanos cresceu 12% em 2017, a 3,6 trilhões de dólares, e a dos europeus aumentou 19%, a 1,9 trilhão de dólares, principalmente pelo efeito da valorização do euro frente à moeda americana.
"Durante a última década, os bilionários chineses criaram algumas das maiores e mais prósperas empresas, elevaram os padrões de vida e enriqueceram a níveis extraordinários", considerou Josef Stadler, responsável pela unidade de patrimônio dos clientes mais ricos do banco, citado em nota. "Mas isso é só o começo", acrescentou.
O risco de uma guerra comercial entre Estados Unidos e China poderia afetar o crescimento econômico dos dois países - e portanto sua criação de riquezas, indicou o banco.
Tensões comerciais
Se as tensões continuarem a crescer, os mercados de ações nos Estados Unidos e na Ásia (exceto o Japão) poderiam recuar até 20% em relação aos seus ápices no verão de 2018, indicou o UBS. Na China, uma guerra comercial poderia causar uma forte desaceleração da expansão da riqueza. Contudo, o país continuaria sendo um terreno fértil para a riqueza, dada sua vasta população e seu boom tecnológico, disse o banco suíço.
A China, que tinha 16 bilionários em 2006, passou a ter 373 em 2017. Cerca de 20% deles fizeram fortuna no setor da construção, 19% na tecnologia e 13% no de bens de consumo e distribuição, detalhou o UBS durante uma apresentação à imprensa em Zurique.
O surgimento de uma nova classe de grandes fortunas na China e no resto da Ásia é um fenômeno marcante dos últimos dez anos, tornando-se até roteiro de uma recente produção hollywoodiana, chamada "Crazy Rich Asians", que descreve a opulência de uma nova geração de super-ricos na cidade-Estado de Singapura.
"Desde a crise financeira mundial, a desigualdade da riqueza aumentou, especialmente devido ao impulso da parte crescente dos ativos financeiros e do fortalecimento do dólar", apontou Anthony Shorrocks, economista e autor do informe realizado com o banco suíço, que observou contudo uma inflexão há dois anos. Segundo ele, agora é "mais provável que a desigualdade da riqueza se reduza" que o contrário.