Economia

“Experiência enriquecedora”: Ranolfo Vieira Júnior visita Correio do Povo para prestar contas na presidência do BRDE

Ex-governador se despediu da presidência do banco de fomento, destacando recordes durante seu mandato

Ranolfo Vieira Jr. visita o jornal Correio do Povo
Ranolfo Vieira Jr. visita o jornal Correio do Povo Foto : Camila Cunha

O ex-diretor-presidente e agora diretor de Operações do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Ranolfo Vieira Júnior, visitou o Correio do Povo na manhã desta segunda-feira para prestar contas e destacar o papel do banco na economia da região. Ele foi recebido pelo diretor-presidente do jornal, Marcelo Dantas, e conheceu o acervo histórico do Correio do Povo.

Ranolfo, ex-governador do Rio Grande do Sul, terminou seu mandato à frente da instituição na última sexta-feira, seguindo um rodízio entre os Estados controladores, sendo também eles o Paraná, Estado que agora comanda o BRDE; e Santa Catarina, a quem sucedeu. Para marcar o término de seu mandato, iniciado em julho de 2024, Ranolfo esteve no Palácio Piratini, em Porto Alegre, onde entregou ao governador Eduardo Leite um relatório a respeito de suas realizações.

“Sem dúvida, foi uma experiência enriquecedora que tive como presidente, e mesmo como diretor, porque você acaba trabalhando pelos três Estados”, salientou ele. Apesar de um cenário econômico desafiador, com taxa Selic atual ao redor de 15% e o tarifaço imposto pelo governo dos Estados Unidos ao Brasil, o BRDE alcançou um recorde de quase R$ 6 bilhões em novos financiamentos em 2024 e manteve uma baixíssima taxa de inadimplência de 0,8%, além de R$ 28,2 bilhões em ativos e R$ 23,3 bilhões na carteira de crédito, ambos neste mês.

As enchentes que devastaram o RS também trouxeram desafios adicionais, já que Ranolfo assumiu não durante o período mais crítico das inundações, mas em um momento em que o Rio Grande do Sul, onde está a sede do banco, vivia um momento inicial de recuperação social e econômica. “Tivemos de tomar uma série de medidas, especialmente com relação ao RS, para aquela situação. Dentre elas, o standstill, que é a prorrogação de contratos que estavam conosco de clientes atingidos (pelas inundações). Somente ali foram quase R$ 1,5 bilhão em negociações”, salientou ele.

Ranolfo também comentou a respeito do Em Frente RS, linha emergencial de crédito com juros fixos de 10% ao ano. “É um programa com cinco anos de pagamentos, sendo o primeiro de carência, fazendo um recorte para alguns segmentos severamente atingidos e que, em regra, não era o tipo de cliente que procurava o BRDE, como concessionários do Mercado Público, Ceasa e da Estação Rodoviária de Porto Alegre, comerciantes do 4º Distrito, bares e restaurantes”.

Iniciado ainda em julho de 2024, no primeiro mês de gestão de Ranolfo, o programa disponibilizou R$ 325 milhões aos segmentos afetados pelas históricas inundações. Mesmo com este cenário, o BRDE encerrou 2024 com lucro líquido de R$ 472,5 milhões, que, apesar de ser 8,6% menor do que em 2023, foi o segundo melhor resultado operacional da série histórica, impactando em crescimento de 9,6% no patrimônio líquido da instituição, de R$ 4,96 bilhões. Neste ano, o resultado líquido é "considerável", com "quase R$ 500 milhões de resultado positivo", disse ele.

Em relação ao tarifaço imposto pelo presidente norte-americano, Donald Trump, o agora diretor de Operações destacou o papel do BRDE na disponibilização de um programa de R$ 100 milhões que beneficiou setores como metalmecânico, calçadista e moveleiro. "Não resolve o problema, longe disto, mas auxilia neste momento difícil". O programa auxilia com créditos de exportação para empresas gaúchas atingidas pela medida de Trump.

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