Exploração do carvão deve aumentar

Exploração do carvão deve aumentar

Uma das principais preocupações atuais envolve a preservação e a compensação ambiental

Mauren Xavier

Túnel por onde as cinzas da queima do carvão eram retiradas

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O primeiro soar do apito indica que o processo de detonação da camada do subsolo começará. Em poucos minutos, outro aviso sonoro é ouvido e há movimentação de veículos. O último alerta é fatal. Todos os olhos ficam vidrados na espera da explosão, que rompe o campo de visão, mas só é registrado aos ouvidos com um delay de segundos, quebrando o silêncio, assim como as camadas do solo, dando evidência aos enormes blocos de carvão. Em seguida, a movimentação dos caminhões na mina continua, num processo de vai e vem, levando e trazendo cargas.

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A detonação ocorre numa das partes da mina a céu aberto São Vicente Norte, localizada em uma propriedade privada em Minas do Leão. O local é explorado pela Companhia Riograndense de Mineração (CRM) desde 2008. A previsão é de que a retirada do mineral siga pelos próximos seis anos. O superintendente da Mina do Leão, da CRM, Roberto Brandes Saraiva, explica que há seis camadas de carvão no terreno. Assim, a extração se dá por tiras.

Geólogo por formação, ele ressalta ser preciso antes da extração retirar a camada de rocha de arenito e outros materiais estéreis, na parte superior do terreno. O carvão removido é comercializado para empresas de Santa Catarina. Para amenizar o impacto, a exploração é realizada em conjunto com ações de compensação ambiental. Por exemplo, a água que fica acumulada na última camada onde o carvão é retirada passa por processos de purificação.

Museu guarda história e alma da mineração no RS

A estrutura em ruína da fachada da primeira usina termelétrica do Brasil a utilizar carvão mineral para gerar energia, entre os anos de 1924 e 1956, localizada em Arroio dos Ratos, a cerca de 50 quilômetros da Capital, é emblemática. É por ela que os visitantes fazem uma espécie de viagem ao tempo e vislumbram o ápice da mineração no RS e suas curiosidades no Museu Estadual do Carvão.

O espaço permite, por meio das construções e objetos, vivenciar um pouco os costumes da época. O prédio principal da termelétrica foi destruído na década de 50. Porém, os seus túneis internos, como os utilizados para retirar as cinzas da queima do carvão, ainda estão acessíveis, com o devido cuidado. Já os das escavações, uma vez que também funcionou um poço no local, estão bloqueados.

No prédio das máquinas, ficam hoje expostos itens que faziam parte da vida dos mineiros e das empresas, como máscaras, equipamentos de segurança e marretas, utilizadas pelos primeiros mineradores. Segundo o historiador Alexsandro Witkowski, há um acervo fotográfico “valioso”, uma vez que muitas fotos são únicas e retratam com riqueza de detalhes um pouco da rotina da época. Algumas das imagens mostram as precárias condições como os mineradores trabalhavam nos anos 30.



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