Governo federal inicia mapeamento do espaço marítimo brasileiro

Governo federal inicia mapeamento do espaço marítimo brasileiro

Rio Grande do Sul integra projeto piloto e, junto com SC e PR, dá pontapé inicial ao Planejamento do Espaço Marítimo Brasileiro

Thaise Teixeira

Tema foi o foco do painel de encerramento do Fórum de Energias Renováveis

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O painel Energia Eólica e Hidrogênio Verde encerrou a programação do Fórum de Energias Renováveis, promovido pelo Correio do Povo e o Sindienergia-RS, em Porto Alegre, ao longo desta quinta-feira. O destaque foi a apresentação do Capitão de Mar e Guerra da Marinha do Brasil Rodrigo de Campos Carvalho. Representando a Comissão Interministerial para os Recursos do Mar, que reúne 16 ministérios e a Marinha do Brasil, o painelista compartilhou o desafio de o Brasil implantar seu Planejamento Espacial Marinho (PEM) até o ano de 2030. 

Resultado de um compromisso assumido pelo Brasil, no âmbito da Organização Mundial das Nações Unidas (ONU) ainda em 2017, o trabalho começará a ser implementado pela região Sul, que engloba o mapeamento e estruturação da costa marítima brasileira desde o norte do Paraná ao Sul do Rio Grande do Sul.

De acordo com Carvalho, o início dos trabalhos do projeto-piloto depende de trâmites burocráticos pendentes no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que financiará a jornada.

A expectativa é que o levantamento das potencialidades que podem ser exploradas economicamente no espaço marítimo envolvendo o Rio Grande do Sul, em médio e longo prazo, seja concluído em três anos. “Dez atividades ao menos, dentre as quais a pesca e a navegação, terão respaldo jurídico e operacionais para ser realizadas com segurança e sustentabilidade, sem comprometer outras fontes de ganhos que podem não ser ainda conhecidas”, descreve.

Uma das potencialidades que poderá aparecer é a que insere a produção de hidrogênio verde, o que vai ao encontro do estudo recente encabeçado pela Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura do Estado e indicou aptidão de dez municípios gaúchos para tal. O tema foi lembrado pelo engenheiro civil da superintendência do Setor Público do Badesul, Diego Altieri Silveira.

“O mapeamento do hidrogênio verde no Estado já é um grande começo pois ele não é o combustível do futuro, mas do presente”, salientou. Silveira acrescentou à iniciativa a possibilidade de geração de hidrogênio verde a partir de biogás, que têm como matéria-prima os dejetos de animais de produção, especialmente suínos. 

A necessidade de maior previsibilidade à demanda gaúcha por energia eólica foi alvo do gerente de Negócios da Weg, Casiano Lehmert, que a colocou como condição para a atração de novos investimentos. E o gerente de Vendas da Nordex Brasil, Robertison Brito, falou sobre a atividade da empresa no Brasil e do interesse da mesma em investir no Rio Grande do Sul.

A terceira edição do Fórum de Energias Renováveis é promovido pelo Correio do Povo e Sindienergia-RS e conta com o patrocínio da AEGEA, BRDE, Badesul, Senar-RS, Famurs e CIEE-RS. 


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