Fecomércio destaca crescimento da atividade econômica

Fecomércio destaca crescimento da atividade econômica

Conforme a entidade, decisões de política econômica do novo governo Federal causam apreensão

Felipe Samuel

Portugal e Bohn destacam a retomada econômica após a recessão provocada pela pandemia

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Ao apresentar balanço do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac, nesta quinta-feira, o presidente da entidade, Luiz Carlos Bohn, destacou o crescimento da atividade econômica e do emprego este ano no país. Mesmo diante desse cenário, as incertezas em relação aos planos do novo governo e a sinalização de aumento do gasto público são apontados como problemas a serem enfrentados no próximo período.  

Para Bohn, a retomada econômica após a recessão provocada pela pandemia do novo coronavírus marca o início do controle da inflação. “Teremos um ano de desafios, impostos tanto pelo cenário internacional, quanto pelas decisões de política econômica do novo Governo Federal, cujas sinalizações nos causam alguma apreensão”, afirma. O dirigente afirma que os avanços conquistados este ano, com a abertura do comércio e a retomada de eventos presenciais, resultaram na geração de novos postos de trabalho. Ao avaliar o cenário econômico no Rio Grande do Sul, destaca a liberação de Licenciamento de Bombeiros para atividades de baixo risco e a substituição tributária para o ICMS. 

Ele ressalta ainda a entrega da Representa +, plataforma digital colaborativa que permite a participação ativa dos empresários, que podem consultar, registrar a opinião e atribuir grau de prioridade para a atuação da Fecomércio-RS nos projetos de lei que tramitam no Congresso Nacional e na Assembleia Legislativa. No que diz respeito a iniciativas da Fecomércio, somente em 2022 foram mais de R$ 42 milhões investidos em obras e reformas para a modernização das unidades e escolas de Sesc e Senac por todo o Estado. Para 2023, devem ser aplicados R$ 120 milhões para melhorias nas Unidades Sesc e Senac RS.

Consultor econômico da Fecomércio-RS, Marcelo Portugal critica a ausência de propostas claras do novo governo eleito para área econômica. E salientou os desafios que a nova gestão deve enfrentar por conta das despesas relacionadas ao Auxílio Brasil, elevação do salário mínimo, reajuste para servidores do executivo da União, além da perda de receita nas correções da tabela do Imposto de Renda, na isenção do IR para quem recebe até R$ 5 mil, na desoneração dos combustíveis e do IPI, que podem bater os R$ 282,5 bilhões.

“Estamos discutindo política fiscal sem saber quem será o ministro da Fazenda. O tamanho do furo no teto vai indicar o compromisso com a responsabilidade fiscal do novo governo. Se a PEC de Transição apenas retirasse o Auxílio Brasil do Teto seria melhor, pois limitaria o furo. Uma política fiscal irresponsável pode levar a mais inflação e maior endividamento público, com consequências negativas no futuro”, afirma.

Portugal ressaltou que o governo Bolsonaro furou o teto de gastos duas vezes. Em 2021, para “acomodar os precatórios”, e em 2022, para elevar o Auxílio Brasil e fazer outros gastos. “Em minha análise, não passa dos R$ 120 bilhões”, observou. “Estamos num momento de crescimento econômico, de algum equilíbrio fiscal, de redução de inflação e retomada do emprego”, completa.

Em contrapartida, Portugal afirma que o PIB brasileiro teve nove meses de crescimento acelerado. Segundo o economista, apesar da pandemia, o PIB deve crescer mais nos quatro anos de governo Jair Bolsonaro do que nos dois anos de governo Temer e em seis anos de governo Dilma Rousseff. E destaca que o crescimento esperado do PIB para 2022 é de 2,8%. Para 2023, o PIB brasileiro deve crescer 1,3%.

Na avaliação do economista, o desempenho do emprego foi surpreendente no ano de 2022, com o Brasil registrado a menor taxa de desemprego desde o final de 2015. O número de desocupados caiu de 15,1 milhões, no pior momento da crise, para 9,022 milhões em setembro de 2022. “O país está gerando um grande número de postos de trabalho”, afirma, acrescentando que foram criadas 2,3 milhões vagas nos últimos 12 meses até setembro.

Na previsão para 2023, Portugal explica que a inflação deve ser resistente a cair na direção da meta de 3,25%. “O Brasil está melhor do que em outros países, como Estados Unidos e alguns da Europa”, ressalta. Conforme o economista, é provável que a inflação fique na casa dos 5%. 


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