FMI pede que Brasil mantenha rigor fiscal, mas que esteja pronto para maior apoio por pandemia

FMI pede que Brasil mantenha rigor fiscal, mas que esteja pronto para maior apoio por pandemia

Organização divulgou nesta quarta-feira seu relatório anual sobre a maior economia da América Latina

AFP

Fundo alerta que o alto nível de endividamento expõe o Brasil a choques de confiança

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O Fundo Monetário Internacional (FMI) pediu ao Brasil que mantenha a disciplina fiscal, mas que esteja pronto para dar mais apoio econômico para enfrentar a crise causada pela pandemia de Covid-19. O Fundo divulgou nesta quarta-feira seu relatório anual sobre a maior economia da América Latina.

Em seu relatório do Artigo IV sobre o Brasil, o FMI destaca a "resposta rápida e eficaz" do governo de Jair Bolsonaro para impulsionar a economia e proteger os mais vulneráveis, mas lembra que o vírus ainda não foi controlado.

"A pandemia de Covid-19 exacerbou as vulnerabilidades de longa data do Brasil, de baixo potencial de crescimento, alta desigualdade de renda e posição fiscal fraca", aponta. Por isso, recomenda que as autoridades brasileiras mantenham o limite de gastos no orçamento de 2021, mas estejam preparadas para um estímulo fiscal adicional caso a situação econômica se agrave.

"A maioria dos diretores enfatizou que as autoridades devem estar preparadas para fornecer apoio direcionado adicional", diz o FMI em um comunicado, observando que "vários diretores também alertaram sobre (o impacto de) uma retirada abrupta do apoio fiscal".

O FMI observa ainda que a política monetária deve continuar sendo de apoio à economia em 2021, observando que alguns diretores indicaram que há espaço para flexibilizá-la ainda mais se a inflação permanecer dentro da meta pretendida. O Banco Central do Brasil (BCB) manteve em outubro sua taxa básica em 2%, seu mínimo histórico, na tentativa de reativar a economia afetada pela crise do coronavírus e apesar do aumento da inflação.

De acordo com o comunicado do Fundo, os diretores "enfatizaram que a taxa de câmbio flexível e as reservas cambiais consideráveis permanecem como amortecedores importantes, e a intervenção no mercado de câmbio deve se limitar a tratar do excesso de volatilidade".

Reformas e dívida

O FMI também aconselha o Brasil a avançar nas reformas estruturais que permitirão tornar sua economia mais competitiva, aberta e atraente para investimentos.

O Fundo continua projetando uma contração do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 5,8% em 2020, mas estima uma recuperação de 2,8% em 2021, percentual inferior aos 3,3% anunciados em suas projeções de outubro. O organismo financeiro multilateral afirma que a relação dívida pública/PIB deverá aumentar para 100%, devido à deterioração do déficit fiscal primário (antes do pagamento dos juros da dívida).

O Fundo alerta que o alto nível de endividamento expõe o Brasil a choques de confiança. O Brasil, o segundo país do mundo com o maior número de vítimas fatais da covid-19 depois dos Estados Unidos, acumula mais de 173.000 mortes e 6,3 milhões de infecções, de acordo com uma contagem da AFP com base em fontes oficiais.


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