Governo admite recessão técnica no primeiro semestre

Governo admite recessão técnica no primeiro semestre

Apesar de números desfavoráveis, secretário ainda acredita que PIB possa reagir no fim do ano

Agência Brasil

publicidade

O agravamento da crise econômica provocada pela pandemia de Covid-19 pode fazer o país entrar em recessão técnica no primeiro semestre, disse nesta sexta-feira o secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida. A recessão técnica caracteriza-se quando o Produto Interno Bruto (PIB, produção de bens e serviços) cai por dois trimestres seguidos.

Classificando a crise atual de “transitória”, o secretário disse acreditar numa reação da economia a partir do segundo semestre. “Existe uma boa chance de nós termos um PIB não muito favorável no primeiro trimestre e uma redução significativa no segundo trimestre”, disse. “Tomando as medidas corretas, vamos ser capazes de tentar uma recuperação econômica e melhorarmos as estimativas no segundo semestre”, acrescentou.

Há pouco, o Ministério da Economia divulgou a redução da previsão oficial de crescimento da economia de 2,1% para 0,02% em 2020, o que significa estagnação. Instituições privadas, no entanto, projetam números mais pessimistas. O Banco Itaú reduziu a estimativa para o PIB de crescimento de 1,8% para queda de 0,7%, podendo chegar a retração de 1,6% no pior cenário. Na segunda-feira, o boletim Focus, do Banco Central, divulgará a mediana das novas estimativas das instituições financeiras.

A revisão do PIB e de outros parâmetros econômicos consta do Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, documento que orienta a execução do Orçamento divulgado a cada dois meses. O secretário de Orçamento Federal, George Soares, disse que a aprovação do estado de calamidade pública pelo Congresso desobriga o governo de divulgar novas versões do relatório, mas informou que o governo poderá apresentar novas estimativas por conta própria nos próximos meses, assim que o cenário econômico global se estabilizar.


Mais Lidas

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895