Governo anuncia na próxima semana quanto pagará das "pedaladas", diz Barbosa

Governo anuncia na próxima semana quanto pagará das "pedaladas", diz Barbosa

Ministro informou ainda que técnicos do Tesouro estão avaliando a melhor fonte dos recursos

AE

Barbosa diz que governo anuncia na próxima semana quanto pagará das pedaladas

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O ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, reafirmou na tarde desta terça-feira, o interesse em quitar integralmente todas as pedaladas fiscais e disse que, atualmente, técnicos observam aspectos da operação que será anunciada na
próxima semana. Barbosa notou que a operação não gerará efeito na liquidez do mercado interbancário porque os recursos pagos pelo Tesouro Nacional serão integralmente esterilizados pelo Banco Central. "Nós estamos planejando pagar o quanto mais a gente puder. A tendência é pagar todo o valor e vamos fazer o anúncio na próxima semana", disse o ministro em teleconferência com jornalistas estrangeiros.

Barbosa explicou que o Ministério da Fazenda e o Tesouro Nacional têm mantido contato com os três bancos públicos - Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)-, além do fundo do FGTS, para acertar detalhes operacionais desse pagamento.

Sobre o impacto desses pagamentos na liquidez do sistema bancário, Barbosa disse que "o dinheiro vai ser esterilizado pelo Banco Central e não vai ter efeito no mercado". "As pessoas podem ter certeza que essa é uma decisão do governo que não terá efeito no mercado de juros", disse. O ministro informou ainda que técnicos do Tesouro Nacional estão avaliando a melhor fonte dos recursos, se, por exemplo, o dinheiro sairá de uma emissão de
títulos ou do caixa.

Ajuste

Barbosa afirmou aos jornalistas estrangeiros que seguirá o mesmo caminho já trilhado por Joaquim Levy e continuará com o esforço para aprovar o ajuste das contas públicas no Congresso. Para Barbosa, mesmo com o rebaixamento da nota brasileira, os títulos da dívida brasileira continuam sendo um bom investimento.

"Estamos na mesma direção do ministro Joaquim Levy com o trabalho no Congresso e as medidas para equilibrar as contas públicas. Isso é um processo em curso e que continua", disse, ao lembrar que a equipe econômica já tomou medidas com esse objetivo nos últimos meses - quando Levy era ministro da Fazenda e Barbosa estava no Planejamento. O novo ministro da Fazenda citou como exemplos as mudanças na concessão do seguro-desemprego e de alguns benefícios da Previdência Social.

Barbosa reafirmou que o governo começa a trabalhar em uma reforma previdenciária. O ministro reconheceu ainda que o País tem enfrentado "volatilidade e ruído político". Mesmo assim, acredita que é possível avançar com reformas. "Estamos trabalhando para criar mais e mais oportunidades para novos negócios no Brasil", disse.

Em sua fala inicial, o ministro repetiu o discurso de que "está focado em iniciativas para estabilizar a atividade econômica e o investimento". Barbosa destacou que o comércio exterior já mostra sinais de reação e que o investimento é prioridade. Ele citou o avanço do programa de leilões e concessões em infraestrutura, como na geração e transmissão elétrica e nos novos aeroportos de Porto Alegre, Florianópolis, Salvador e Fortaleza, que
serão oferecidos à iniciativa privada.

"A despeito do rebaixamento da nota, os bônus brasileiros continuam sendo um investimento muito bom e confiável", disse, ao reafirmar que o País continua sendo atrativo aos investidores, sejam financeiros ou operacionais. Ele deu como exemplo a recente rodada de leilão de geração elétrica, que atraiu vários interessados. "Mesmo com esse período econômico e político, há investidores vindo para o Brasil", disse.

Meta fiscal


Barbosa negou que haja estudos sobre a adoção de uma banda para a meta fiscal. Ao contrário, reafirmou a jornalistas estrangeiros o compromisso com o esforço fiscal equivalente a 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) e prometeu que, se a CPMF não for aprovada pelo Congresso, adotará outras medidas para compensar a falta de recursos. "Vamos tomar medidas necessárias para atingir essa meta (de 0,5%). Não há, neste momento, discussão sobre uma banda para o superávit primário", disse o ministro.

Barbosa também foi questionado se há "um plano B" para o caso de a CPMF não ser aprovada no Congresso. "O Orçamento foi aprovado e espera-se que a CPMF esteja valendo em setembro. Vamos às negociações políticas para isso. O governo será capaz de criar esse consenso. Se não for, vamos compensar com outras medidas, provavelmente no lado das receitas, mas também pode ser no lado dos gastos", respondeu.

O ministro da Fazenda explicou ainda, no discurso de introdução, que o esforço para a realização do superávit primário tem como "objetivo primeiro estabilizar a dívida pública em termos do PIB". "Seja ela líquida ou bruta", disse.

Barbosa também comentou que o governo trabalha juntamente com o Banco Central contra a alta dos preços. "Estamos monitorando os preços no Brasil. O BC tem agido para não deixar que a pressão temporária se transforme em permanente. Ações estão sendo tomadas e tenho certeza de que a inflação será menor que a gente espera em 2016", disse.

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