Governo apresenta balanço do plano Receita 2030

Governo apresenta balanço do plano Receita 2030

Programa completou um ano neste mês

Jessica Hubler

Governo do Estado anunciou resultados do primeiro ano do Plano Receita 2030

publicidade

Há um ano, o governo do Rio Grande do Sul lançou um programa para a modernização e simplificação da arrecadação. Com 30 medidas para serem implementadas até 2022, todas já iniciadas, o Receita 2030 é um amplo plano de modernização das estruturas de receita. O balanço do primeiro ano da iniciativa foi apresentado na terça-feira, em videconferência. “É um programa estratégico de gestão, que tem como meta satisfazer as necessidades em termos de arrecadação do governo, mas que vai muito além e busca a transformação digital do fisco, para ter um Estado mais atraente para os empreendedores. Queremos deixar um legado de ganhos consistentes de competitividade, criando condições para a retomada econômica, cuja urgência se acentuou diante do impacto econômico da pandemia”, disse o governador Eduardo Leite, na abertura da reunião. 

Lançado em 10 de junho de 2019, o programa também é decorrente do Decreto 54.477, assinado pelo governador no primeiro dia de gestão e que estabeleceu a necessidade de otimização e eficiência da arrecadação para a recuperação fiscal e promoção do desenvolvimento do Estado. O secretário da Fazenda, Marco Aurelio Cardoso, afirmou que, além de já ter sido dado o início a todas as 30 iniciativas, faltando três anos e meio de prazo de conclusão, uma já está integralmente concluída, seis estão em estágio avançado, outras 13 em nível intermediário e 10 em etapa inicial.

“Temos ainda muito trabalho pela frente, mas muito já foi feito e ainda será feito, pois tornar a Receita verdadeiramente digital, e não eletrônica, demanda muito esforço de tecnologia da informação. Queremos, claro, dar nossa contribuição para qualificar a arrecadação, que é o que se cobra de uma Receita, mas também simplificar a vida do contribuinte, racionalizar o uso de recursos, reduzir o custeio da administração tributária e, ao final, trazer mais desenvolvimento”, afirmou Marco Aurelio. O secretário de Governança e do Planejamento, Claudio Gastal destacou, ainda, que mais de 30 organizações estão convidadas a auxiliar o governo a avançar nessas medidas do Receita 2030 e em outras necessárias a ampliar a competitividade e o desenvolvimento do Rio Grande do Sul.

“Queremos e dependemos desse diálogo com o setor produtivo para avançarmos no objetivo comum de aumento da competividade e criarmos uma política transversal para o Estado”, apontou Gastal. O governador Eduardo Leite reuniu, por videoconferência, na terça-feira, os secretários da Fazenda, Marco Aurelio Cardoso, de Governança e do Planejamento, Claudio Gastal e de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Rodrigo Lorenzoni, além do subsecretário da Receita Estadual, Ricardo Neves Pereira, e empresários que fazem parte do Comitê de Competitividade, braço do Conselho Consultivo de Desenvolvimento, Competitividade e Inovação (CDCI), criado pelo governo para auxiliar nas ações, com colaborações e críticas.

Uma das primeiras ações foi a Receita Moderna, para reformular a maneira de funcionamento da Receita Estadual. Desde 2019, foram fechadas 24 unidades em todo o Estado, com base em estudo sobre atendimentos presenciais, gerando economia anual de cerca de R$ 2 milhões com despesas como aluguéis, vigilância e manutenção e realocando servidores para o desenvolvimento de projetos estratégicos de especialização e centralização.

Através da medida, foi foram criados 16 Grupos Setoriais, na iniciativa Fiscalização Especializada, com atuação segmentada por setores econômicos do Estado. O foco é estimular o cumprimento voluntário, priorizando a prevenção, o monitoramento e o relacionamento com o contribuinte.

Também foi viabilizada a criação de 16 Centrais de Serviços Compartilhados, na iniciativa Centrais de Serviços, sendo que quatro estão implantadas, oito em conclusão e quatro em fase inicial. Essas unidades centralizam atividades de todo o Estado, prestando serviço padronizado e especializado, liberando mais servidores para atividades-fim.

O atendimento aos contribuintes faz parte da Nova Política de Relacionamento com o Cidadão, que migrou mais de 25 serviços exclusivamente presenciais para a internet, reforçando o foco na ampliação dos serviços digitais. Além de redirecionar as equipes para as atividades mais estratégicas, a reestruturação da Receita Estadual acabou antecipando algumas necessidades impostas pela crise do novo coronavírus, com ampliação do atendimento digital, mais reuniões virtuais e maior uso de tecnologias e inteligência.

Houve redesenho do Processo de Cobrança de Devedores em 2019, ano em que foram arrecadados R$ 3,44 bilhões na cobrança de dívidas. Foi o maior valor da série histórica, com aumento de 24,8% frente a 2018. O Refaz 2019 teve ingresso efetivo de R$ 720 milhões em apenas 38 dias, em trabalho conjunto com a Procuradoria-Geral do Estado (PGE). Além disso, foram deflagradas 37 operações ostensivas de fiscalização e oito programas de autorregularização, refletindo em parte o novo cenário da Fiscalização Especializada.

Nova estrutura da Sefaz proporcionou mudanças na Receita Estadual

Em 2020, com a nova estrutura da Secretaria da Fazenda, também houve mais mudanças na Receita Estadual. Como exemplo, a Divisão de Fiscalização e Cobrança foi desmembrada em três: Divisão de Fiscalização; de Recuperação de Créditos; e de Relacionamento e Serviços. Com isso, espera-se desenvolver ainda mais essas atividades prioritárias.

Para o secretário Marco Aurelio Cardoso, embora o Receita 2030 deva ter grande parte de seus resultados concretizados apenas em longo prazo, já é possível dimensionar avanços expressivos no primeiro ano de execução, inclusive em arrecadação. A Receita Tributária Bruta do Estado cresceu 5,2% em 2019, chegando a R$ 45,4 bilhões, resultado importante para que o déficit orçamentário de R$ 3,4 bilhões ficasse quase R$ 2 bilhões menor do que o previsto.

“Em 2020, a receita tributária seguia tendo bom desempenho, crescendo 16,8% no primeiro bimestre, uma trajetória interrompida pela crise do novo coronavírus, mas que demonstrou a capacidade das equipes de superar desafios e de se adaptar a novos processos de trabalho”, disse. Em meio à pandemia teve destaque também uma das ações que faz parte do Desenvolve RS, medida focada no desenvolvimento econômico do Estado, que tem a publicação de um Boletim Semanal que monitora os efeitos da crise sobre diferentes setores da economia do Estado com base em informações fiscais.

Numa ação inédita, a Secretaria da Fazenda entregou ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-RS) todas as informações sobre os benefícios fiscais concedidos pelo Estado desde 2014, incluindo a lista de todas as empresas. A ação é parte da Gestão de Desonerações Fiscais, que inclui um tripé de reformulação da governança interna (já concluída), reforço da transparência das desonerações e avaliação de impactos, que conta com um grupo de trabalho envolvendo o governo estadual, universidades e o Ministério da Economia.

Foram intensificadas as parcerias no Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (Cira/RS) entre as três instituições participantes, Secretaria da Fazenda, PGE e Ministério Público. O Cira tem como objetivos realizar ações conjuntas e garantir efetividade à recuperação de ativos, que já resultaram na regularização de mais de R$ 230 milhões. Atualmente, são mais de 40 casos em análise, em diversas etapas de atuação. O Programa Receita 2030 segue, assim, conforme a Secretaria da Fazenda, avançando para contribuir para o desenvolvimento econômico, o equilíbrio fiscal e a competitividade do RS.


Azeite gaúcho conquista prêmio internacional

Produzido na Fazenda Serra dos Tapes, de Canguçu, Potenza Frutado venceu em primeiro lugar na categoria “Best International EVOO” do Guía ESAO

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895