Haddad: Lula deve decidir sobre isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil no futuro próximo
Objetivo de presidente é chegar à medida em 2026
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quinta-feira (12) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai decidir em breve sobre um projeto para garantir a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, uma das suas promessas de campanha. O objetivo do mandatário, ele disse, é chegar a essa isenção em 2026.
"O presidente encomendou da área da Fazenda estudos que permitissem chegar no último ano do seu governo à cifra de R$ 5 mil, e nós apresentamos para ele alguns cenários", relatou Haddad, no programa "Bom dia, ministro", da EBC. "Nós temos um tempo relativamente longo para aprovar a medida, e os cenários todos preveem a possibilidade de cumprimento dessa proposta."
Segundo Haddad, Lula ainda deve conversar com outros ministros sobre as propostas quando achar "conveniente", mas já considerou que pelo menos um dos caminhos oferecidos é "promissor do ponto de vista econômico e político." O ministro da Casa Civil, Rui Costa, está a par dos projetos desenhados pela Fazenda, ele disse.
O ministro da Fazenda lembrou, ainda, que o governo Lula já corrigiu duas vezes a tabela do IR, contrapondo-se ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). "Fizemos muito mais do que o governo anterior fez em quatro anos", afirmou.
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Otimismo
Haddad disse que está “otimista” com a economia brasileira, mas sem subestimar os desafios. Entre eles, citou a compensação à desoneração da folha de pagamentos, cujo texto-base foi aprovado na quarta (11) pela Câmara. Os destaques ainda precisam ser votados.
Haddad repetiu que o País precisa reequilibrar as contas públicas, mas defendeu que isso tem de ser feito "de forma criteriosa", para não prejudicar quem depende do Estado e para garantir que as pessoas que não pagavam impostos, paguem. Ele reclamou da atuação dos lobbies de Brasília em favor de empresas: "é um inferno isso aqui."
O ministro repetiu que a economia brasileira deve crescer mais de 3% este ano, depois de ter adiantado a jornalistas, na quarta, que a revisão das projeções da Fazenda indicaria uma alta deste nível ou mais do Produto Interno Bruto (PIB). E afirmou que há um recorde de geração de empregos, com queda da desocupação.
"Hoje, o nosso problema é oferta de mão de obra, não é demanda", afirmou. "Você conversa com qualquer empresário, de qualquer setor, a pessoa vai dizer assim: eu estou com dificuldade de contratar, eu preciso contratar, eu quero expandir meus negócios."
Lira e Pacheco
Haddad elogiou a atuação dos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), no andamento da "agenda de reestruturação da economia brasileira".
"Desde o começo do governo, nós estamos mandando projetos de lei difíceis de serem digeridos, compreendidos e ainda mais aprovados. E o Arthur Lira e o Rodrigo Pacheco têm sido duas lideranças muito moderadas no sentido de aproximar os diferentes em proveito de uma agenda de reestruturação da economia brasileira", afirmou.