Homens com mais de 40 anos são maioria no setor da construção, diz FEE
Pesquisa feita entre 2011 e 2016 apontou que 70% são chefes de família
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Segundo a pesquisadora da FEE, Iracema Castelo Branco, houve desde 2015 uma variação negativa da economia brasileira em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) e a elevação do desemprego. Esse panorama resultou numa deteriozação do emprego e da renda no setor, como mostra a pesquisa.
Além disso, a pesquisa apontou que quase 70% são os chefes de família e 76% não têm o ensino médio e 44,1% não completaram o ensino fundamental. No ponto onde há equilíbrio é na divisão entre a forma da contratação, sendo 46,8% assalariados e 45,4% atuam como autônomos. Esse cenário é distinto da estrutura de ocupação, em que 13,7% são autônomos e 70,2% são assalariados.
Os dados apontam que, apesar do aumento significativo da formalização entre 2004 e 2014, o setor da construção permanece com menor patamar de registro formal entre os demais setores de atividade econômica. “Analisando os trabalhadores assalariados que não possuem carteira assinada, chama atenção a precarização do setor da construção, já que ele apresenta os maiores patamares dentre os setores”, acrescentou a economista do DIEESE Virgínia Donoso.
Participação do setor da construção permanece estável
A pesquisa mostra ainda que a participação do setor da construção no mercado de trabalho permaneceu estável entre os anos de 2011 e 2016, ficando em torno de 7%. Ao mesmo tempo, o número de empregados no setor teve queda pelo segundo ano consecutivo, sendo que em 2016, houve uma diminuição de dois mil trabalhadores.
No ano passado, estima-se que 120 mil pessoas atuavam na área da construção na Região Metropolitana de Porto Alegre. “A estabilidade na participação dos ocupados na construção na ocupação total tende a estar associada à relevância do setor da construção na atividade econômica da RMPA, que correspondeu a aproximadamente 24% do valor adicionado total da Região, em 2016”, explica Iracema.