Homens com mais de 40 anos são maioria no setor da construção, diz FEE

Homens com mais de 40 anos são maioria no setor da construção, diz FEE

Pesquisa feita entre 2011 e 2016 apontou que 70% são chefes de família

Mauren Xavier

Homens com mais de 40 anos são maioria no setor da construção, diz FEE

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Homens com mais de 40 anos e escolaridade básica menor. Esse é o perfil básico dos trabalhadores da construção na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA). Na divisão de gênero, os homens representam 95,4% do total de trabalhadores e 54,1% tem mais de 40 anos, com destaque para o aumento de profissionais com mais de 60 anos, tendo acalçado 10% no ano passado do total dos trabalhadores. Os dados integram o informe da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED-RMPA), que reuniu Fundação de Economia Estatística (FEE), Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS) e Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), divulgado nesta quinta-feira e que busca traçar o perfil do trabalhador, a inserção ocupacional, rendimentos, jornada de trabalho e a contribuição para a previdência. A análise ocorreu de 2011 e 2016.

Segundo a pesquisadora da FEE, Iracema Castelo Branco, houve desde 2015 uma variação negativa da economia brasileira em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) e a elevação do desemprego. Esse panorama resultou numa deteriozação do emprego e da renda no setor, como mostra a pesquisa.

Além disso, a pesquisa apontou que quase 70% são os chefes de família e 76% não têm o ensino médio e 44,1% não completaram o ensino fundamental. No ponto onde há equilíbrio é na divisão entre a forma da contratação, sendo 46,8% assalariados e 45,4% atuam como autônomos. Esse cenário é distinto da estrutura de ocupação, em que 13,7% são autônomos e 70,2% são assalariados.

Os dados apontam que, apesar do aumento significativo da formalização entre 2004 e 2014, o setor da construção permanece com menor patamar de registro formal entre os demais setores de atividade econômica. “Analisando os trabalhadores assalariados que não possuem carteira assinada, chama atenção a precarização do setor da construção, já que ele apresenta os maiores patamares dentre os setores”, acrescentou a economista do DIEESE Virgínia Donoso.

Participação do setor da construção permanece estável

A pesquisa mostra ainda que a participação do setor da construção no mercado de trabalho permaneceu estável entre os anos de 2011 e 2016, ficando em torno de 7%. Ao mesmo tempo, o número de empregados no setor teve queda pelo segundo ano consecutivo, sendo que em 2016, houve uma diminuição de dois mil trabalhadores.

No ano passado, estima-se que 120 mil pessoas atuavam na área da construção na Região Metropolitana de Porto Alegre. “A estabilidade na participação dos ocupados na construção na ocupação total tende a estar associada à relevância do setor da construção na atividade econômica da RMPA, que correspondeu a aproximadamente 24% do valor adicionado total da Região, em 2016”, explica Iracema.

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