Ibovespa recua com tom negativo após anúncio de rombo nas Americanas

Ibovespa recua com tom negativo após anúncio de rombo nas Americanas

Inconsistências de R$ 20 bilhões no balanço da varejista abala o mercado, que também aguarda medidas econômicas de Haddad

R7

No ano, Ibovespa apresenta alta de 2,39% ante os 87.887 pontos do último pregão de 2018

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A sequência de altas do Ibovespa não deve se manter até o fim da segunda semana de 2023. Nesta quinta (12), o tom negativo prevalecia na B3 (Brasil, Bolsa, Balcão), a bolsa paulista, com as atenções voltadas para as ações da Americanas, após o anúncio de R$ 20 bilhões em 'inconsistências' contábeis no balanço da companhia. No penúltimo pregão da semana, agentes financeiros ainda repercutiam dados de inflação ao consumidor nos Estados Unidos enquanto aguardam a divulgação de medidas econômicas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. 

Do dia 4 até quarta-feira (11), com seis altas seguidas, o índice de referência do mercado brasileiro acumulou elevação de 8%. Nesta quinta, às 12h40, o Ibovespa caía 0,64%, a 111.799,88 pontos, e o volume financeiro somava R$ 9,15 bilhões. De acordo com análise gráfica da Ágora Investimentos, o índice seguiu avançando na última sessão, quebrando a primeira resistência aos 111.100 e forçando a linha dos 112.500 pontos. "Acima deste último ponto, passaria a mirar nos 115.700, nível que poderia motivar uma correção, por ser o objetivo após a quebra do antigo canal de baixa, no final do ano passado. Do lado inferior, um retorno abaixo dos 111.100 poderia motivar um 'pullback' até o suporte dos 108.000 pontos."

Também é muito aguardado o anúncio de Fernando Haddad, prometido para as 14h30, no Palácio do Planalto, sobre as medidas econômicas do Ministério da Fazenda, seguido de entrevista à imprensa. O evento deve contar com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "O mercado deve aguardar esse anúncio e é importante monitorar qual será decisão sobre os impostos de gasolina, ou combustíveis no geral, para inflação', ressaltou a Tullett Prebon Brasil, avaliando negativamente os sinais sobre o pacote de ajuste fiscal, dado o foco quase total em receitas. "Além de não endereçar o problema macroeconômico de gastos, tem potencial redutor de crescimento, revertendo esforços de queda de tributos de empresas", afirmou, em nota a clientes.

Cenário internacional

Em Wall Street, o S&P 500 subia 0,2%, após novas evidências de arrefecimento da inflação impulsionarem as apostas de que o Federal Reserve, o banco central norte-americano, irá diminuir o ritmo de suas futuras altas de juros. Amplamente aguardado, o índice de preços ao consumidor nos Estados Unidos caiu 0,1% em dezembro."O número mostrou a primeira contração desde maio de 2020 e surpreendeu vindo abaixo do esperado, o que, nesse caso, é uma boa notícia", afirmou o estrategista-chefe da Avenue Securities, William Castro Alves. 

"Mas o declínio foi de certa forma tímido e derivado da queda dos preços de gasolina", afirmou, em comentário a clientes, também chamando a atenção para o núcleo da inflação crescendo em linha com o esperado, "sem maior margem para otimismo na luta com a inflação". De acordo com Alves, as apostas do mercado seguem para um aumento de 0,25 ponto percentual na próxima reunião, em 1 de fevereiro.

Ações em destaque

- Americanas ON desabava 90%, a R$ 1,2 no leilão de abertura, previsto para até às 13h, após a descoberta preliminar de cerca de R$ 20 bilhões em inconsistências contábeis no balanço da companhia relativas a transações com bancos e fornecedores. Vários analistas colocaram a recomendação para os papéis sob revisão. Na esteira do anúncio, Via ON tombava 8,46%, e Magazine Luiza ON caía 3,63%, em meio a receios de investidores de que os problemas na classificação dessas operações possam ocorrer em outros grupos. Às 13h48, Magazine Luiza já tinha revertido as perdas, e apresentava alta de 2,3%. 

- BTG Pactual Unit recuava 4,49%, a R$ 22,75, em sessão com o setor sob pressão, com agentes financeiros buscando entender os riscos para os bancos do escândalo contábil envolvendo a Americanas. O Bradesco BBI disse que o pior cenário seria os bancos credores terem que dar baixa em dívidas que somam R$ 20 bilhões. Santander Brasil Unit caía 2,83%, Itaú Unibanco PN perdia -2,01%, Bradesco PN cedia 1,95% e Banco do Brasil ON mostrava declínio de 0,87%.

- 3R Petroleum ON subia 2,39%, a R$ 45,47, novamente na ponta positiva do Ibovespa, mesmo depois de saltar mais de 13% na véspera, na esteira de dados de produção e recomendação positiva para as ações por analistas do JPMorgan. A alta do petróleo no exterior corroborava o movimento, com outras do setor também em alta. Prio ON tinha elevação de 0,72% e Petrobras PN registrava acréscimo de 0,29%.

- Vale ON mostrava variação positiva de 0,33%, a R$ 93,56. Os contratos futuros de minério de ferro subiram pela terceira sessão consecutiva, com o índice de referência de Cingapura escalando um novo pico de seis meses, sustentado pelo otimismo contínuo quanto às perspectivas de demanda na China, maior produtora mundial de aço.  


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