Ibovespa sobe 0,61% e dólar avança 0,49%

Ibovespa sobe 0,61% e dólar avança 0,49%

Dólar bate R$ 3,97

AE

Índice Bovespa chega aos 102.782 pontos

publicidade

A volatilidade continuou a dar o tom dos negócios no mercado internacional, que manteve-se como principal referência para os negócios com ações na B3 nesta quarta-feira. Em meio às percepções sobre guerra comercial e o ritmo da economia global, o dia foi de alternância de sinais nas bolsas americanas e na brasileira. O Índice Bovespa chegou a cair 1,65% pela manhã, mas ganhou fôlego gradativamente à tarde e fechou em alta de 0,61%, aos 102.782,37 pontos.

A alta foi puxada essencialmente pelas ações do setor financeiro, que já mostravam desempenho melhor que a média desde cedo, mas ganharam maior impulso à tarde. A melhora da recomendação de compra ações e ADRs de bancos brasileiros promovida pela manhã foi apontada por analistas e operadores como combustível para as ordens de compra. Ao final dos negócios, Itaú Unibanco PN subiu 3,69% e as units do Santander ganharam 2,86%. O Índice Financeiro (IFN) avançou 2,13%, na máxima do dia, muito à frente dos demais índices setoriais da B3.

"As ações do setor financeiro subiram devido à elevação de compra feita pelo Morgan Stanley a Itaú Unibanco, Bradesco e Santander. Então o mercado, que já havia penalizado esses papéis após a divulgação dos balanços, indo em busca de ações que estavam descontadas e não haviam divulgado balanço. Com a recomendação desta quarta, o fluxo voltou para as ações de bancos e houve falta de vendedores", disse Vitor Miziara, gestor da Criteria Investimentos.

O ganho do Ibovespa só não foi maior devido ao comportamento ainda negativo de ações ligadas a commodities. Os temores relacionados à guerra comercial entre Estados Unidos e China e a possibilidade de uma recessão em níveis globais derrubaram os preços das matérias-primas. O petróleo, que chegou a cair mais de 5%, terminou o dia em queda no patamar dos 2%. Com isso, Petrobras ON e PN perderam 0,95% e 1,08%, nesta ordem.

Pela manhã, o Ibovespa chegou à mínima de 100.476,12 pontos (-1,65%), alinhado ao mau humor dos mercados globais com os dados fracos da produção industrial da Alemanha e a falta de perspectivas de um acordo comercial entre EUA e China. No início da tarde, o presidente do Federal Reserve de Chicago, Charles Evans, disse que o banco central pode ter de dar mais estímulo do que o definido na semana passada, caso as tensões crescentes no comércio levem a uma desaceleração mais aguda da economia americana.

Dólar

O dólar voltou a subir nesta quarta após interromper na terça uma sequência de seis altas consecutivas. Na contramão de outros ativos domésticos, que tiveram dia de melhora, a moeda americana fechou em alta de 0,49%, a R$ 3,9743, voltando ao maior nível desde 30 de maio. Novamente foram eventos no exterior que ditaram o comportamento do câmbio. A quarta-feira foi marcada por renovadas preocupações de recessão na economia mundial, após indicadores fracos da indústria na Alemanha e três bancos centrais asiáticos cortarem juros, alguns deles de forma inesperada. Somente este mês, o dólar já acumula alta de 4%.

O dólar à vista chegou a bater em R$ 3,9927 na máxima do dia. No mercado futuro, a moeda foi a R$ 4,00 e profissionais do mercado não veem muito espaço de melhora pela frente, na medida em que a disputa comercial entre a China e os Estados Unidos não deve se resolver no curto prazo. "Os mercados estão precificados para o pior", ressalta em relatório nesta quarta-feira o grupo financeiro holandês ING, que vê a relação entre as duas maiores economias do mundo piorando antes de melhorar.

"Temos que trabalhar agora com o cenário de guerra cambial", afirma o gestor da Rosenberg Asset, Eric Hatisuka, prevendo nova rodada de cortes de juros mundo afora, inclusive como um instrumento para permitir a desvalorização das moedas locais e fazer face à queda da divisa chinesa. Só nesta quarta, três bancos centrais reduziram juros, Nova Zelândia, Tailândia e Índia. Nesse ambiente, as moedas dos emergentes devem seguir enfraquecidas.

Para Hatisuka, a tensão comercial entre China e EUA pode perdurar até ao menos as eleições presidenciais americanas do ano que vem, em novembro. Se Trump for reeleito, pode durar ainda mais. Nesse ambiente, o mercado vai ter que lidar com a crescente incerteza e o risco de a qualquer momento um tuíte de Trump mudar o cenário.

Entre grandes bancos internacionais, o Credit Suisse recomenda a venda de moedas emergentes e o Brown Brothers Harriman (BBH) vê as divisas da região permanecendo "sob severa pressão". Nesta quarta, o dólar subiu ante a maioria desses mercados, principalmente México, África do Sul e Argentina. Em meio a maior aversão ao risco no mercado internacional, o Credit Default Swap (CDS) de cinco anos do Brasil voltou a ser negociado próximo ao nível de 140 pontos-base, retornando aos maiores patamares em mais de um mês, de acordo com cotações da IHS Markit.

Taxas de juros

A trinca formada por ambiente global de juros menores, aprovação folgada da reforma da Previdência em segundo turno e resultado fraco das vendas do varejo levou a uma nova rodada de queda dos juros futuros domésticos nesta quarta-feira. Enquanto as taxas dos contratos mais longos acompanharam o cenário global propício a afrouxamento monetário, as curtas desceram mais um degrau, refletindo o aumento das chances de novo corte da Selic em 0,50 ponto porcentual em setembro, para 5,50% ao ano.

Lá fora, o corte inesperado de juros pelos Bancos Centrais da Índia, Tailândia e Nova Zelândia, aliado a dados fracos da indústria alemã, alimentou os temores de uma recessão global em meio às crescentes tensões entre Estados Unidos e China. Os retornos dos Treasuries - referência global para o mercado de renda fixa - mergulharam e os títulos do governo alemão bateram no menor nível histórico. O presidente americano, Donald Trump, jogou mais gasolina na fogueira ao dizer que os EUA estão "no topo" da disputa comercial com os chineses e dizer que o país asiático teria "admitido" manipular a taxa de câmbio.

"A queda muito forte dos juros americano de 10 anos acabou empurrando a ponta longa da curva local para baixo. É um ambiente externo de taxas muito baixas e com muito dinheiro aplicado a juros negativos", afirma o diretor da Wagner Investimentos, José Faria Júnior, ressaltando que a renda fixa local pode ainda apresentar oportunidades para aplicadores.

Na reta final do pregão regular, houve um arrefecimento da aversão ao risco, com redução do ritmo de queda dos yields dos Treasuries de 10 e 30 anos, diminuição das perdas dos preços do petróleo e alta moderada das bolsas de Nova York.

Por aqui, a aprovação da reforma da Previdência em segundo turno durante a madrugada (por 370 a 124) e a rejeição, ao longo da tarde, de destaques que poderiam desidratar o texto, aliada ao desempenho sofrível das vendas no varejo, abrem terreno para mais relaxamento monetário. Segundo cálculos do economista-chefe do Banco Haitong de Investimento, Flávio Serrano, a curva a termo espelha 60% de nova redução da Selic em 0,50 ponto.

Pela manhã, o IBGE informou que as vendas no varejo subiram 0,1% em junho em relação a maio, abaixo da mediana (0,5%) das estimativas coletadas pelo Projeções Broadcast. Houve queda, contudo, de 0,3% no segundo trimestre deste ano em relação ao primeiro. Nesta quinta, o IBGE divulga o IPCA de julho. Embora a expectativa seja de aceleração de 0,1% em junho para 0,25% (mediana das projeções) no mês passado, haverá desaceleração no acumulado em 12 meses - de 3,37% para 3,28% (mediana as projeções), bem aquém da meta de inflação para este ano, de 4,25%.

Faria, da Wagner Investimentos, lembra que a alta do dólar não contamina as expectativas de inflação, já que vem acompanhada de uma queda relevante dos preços internacionais das commodities. Além disso, a fraqueza da economia doméstica limita qualquer eventual repasse de custos.

Entre os curtos, DI para janeiro de 2020 fechou a 5,51%, ante 5,521% no ajuste de terça. No miolo da curva, DI para janeiro de 2021 desceu de 5,489% para 5,43%, e DI para janeiro de 2023, de 6,421% para 6,37%. Na ponta longa, DI para janeiro de 2025 passou de 6,941% para 6,88%.


Azeite gaúcho conquista prêmio internacional

Produzido na Fazenda Serra dos Tapes, de Canguçu, Potenza Frutado venceu em primeiro lugar na categoria “Best International EVOO” do Guía ESAO

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895