Imigrantes entram na fila por empregos formais em Porto Alegre
Duas empresas ofereceram quatro vagas de trabalho para atividades de serviço geral e manutenção
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Junto à unidade móvel, os refugiados fizeram fila para aguardar o atendimento. Eles escolherem a vaga que mais interessava e receberam o encaminhamento oficial. Logo em seguida, já faziam a entrevista com representantes das empresas, que poderiam efetivar a contratação.
Segundo o presidente da FGTAS, Juarez Santinon, que acompanhou a movimentação, a ideia é aproximar as empresas que têm vagas abertas e os imigrantes. Ele assegurou não haver diferenciações na comparação com os trabalhadores gaúchos. “As vagas já existiam e não foram preenchidas. Mesmo assim, algumas empresas têm mostrado interesse em contratar imigrantes”, reconheceu.
Assim que desembarcaram em Porto Alegre, as autoridades checaram a documentação de cada imigrante. No início, a maioria vinha do Acre com os documentos completos, como a Carteira de Trabalho, o que permite o ingresso no mercado formal. Com o documento, eles passam a ter os mesmos direitos e deveres dos brasileiros. Aqueles que não tinham para onde ir, foram levados ao Centro Vida, onde se montou um abrigo. Agora o desafio é ingressá-los no mercado formal. Porém, ainda há dificuldades. Dos 54 haitianos e senegaleses que estão no Centro, apenas dez estão trabalhando. Outros aceitaram trabalhos temporários e alguns começaram, mas desistiram.
Oferecendo duas vagas para serviços gerais e de apoio na sua confeitaria, a empresária Bete Lamb estava otimista. “Temos uma carência de mão de obra muito grande no Estado. E isso vai além da situação econômica atual. Muitas vezes o Sine encaminha os candidatos e eles não comparecem. Então tenho boa expectativa de conseguir preenchê-las”, comentou ela. No seu estabelecimento já há dois estrangeiros trabalhando. Bete reconheceu que há algumas dificuldades de adaptação, como na questão da comunicação (nem todos entendem ou falam o português) e de expectativas. “Alguns acreditam que o Brasil está em situação melhor e que vão poder construir uma vida rapidamente e, inclusive, enviar dinheiro para as famílias no Haiti”, disse. Apesar disso, elogiou a integração cultural e o perfil dos trabalhadores.