Imigrantes entram na fila por empregos formais em Porto Alegre

Imigrantes entram na fila por empregos formais em Porto Alegre

Duas empresas ofereceram quatro vagas de trabalho para atividades de serviço geral e manutenção

Mauren Xavier

Imigrantes são encaminhados para empregos formais em Porto Alegre

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Após a chegada de centenas de haitianos e senegaleses ao Rio Grande do Sul, começou um mutirão da Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS) para tentar colocá-los no mercado de trabalho formal. Na manhã desta quarta-feira esteve em funcionamento uma unidade móvel do Sistema Nacional de Emprego (Sine) no Vida Centro Humanístico, na zona Norte de Porto Alegre, onde parte dos refugiados está abrigada. Duas empresas ofereceram quatro vagas de trabalho para atividades de serviço geral e manutenção. Nessa terça-feira foram encaminhados trabalhadores para 15 vagas na área de construção civil.

Junto à unidade móvel, os refugiados fizeram fila para aguardar o atendimento. Eles escolherem a vaga que mais interessava e receberam o encaminhamento oficial. Logo em seguida, já faziam a entrevista com representantes das empresas, que poderiam efetivar a contratação.

Segundo o presidente da FGTAS, Juarez Santinon, que acompanhou a movimentação, a ideia é aproximar as empresas que têm vagas abertas e os imigrantes. Ele assegurou não haver diferenciações na comparação com os trabalhadores gaúchos. “As vagas já existiam e não foram preenchidas. Mesmo assim, algumas empresas têm mostrado interesse em contratar imigrantes”, reconheceu.

Assim que desembarcaram em Porto Alegre, as autoridades checaram a documentação de cada imigrante. No início, a maioria vinha do Acre com os documentos completos, como a Carteira de Trabalho, o que permite o ingresso no mercado formal. Com o documento, eles passam a ter os mesmos direitos e deveres dos brasileiros. Aqueles que não tinham para onde ir, foram levados ao Centro Vida, onde se montou um abrigo. Agora o desafio é ingressá-los no mercado formal. Porém, ainda há dificuldades. Dos 54 haitianos e senegaleses que estão no Centro, apenas dez estão trabalhando. Outros aceitaram trabalhos temporários e alguns começaram, mas desistiram.

Oferecendo duas vagas para serviços gerais e de apoio na sua confeitaria, a empresária Bete Lamb estava otimista. “Temos uma carência de mão de obra muito grande no Estado. E isso vai além da situação econômica atual. Muitas vezes o Sine encaminha os candidatos e eles não comparecem. Então tenho boa expectativa de conseguir preenchê-las”, comentou ela. No seu estabelecimento já há dois estrangeiros trabalhando. Bete reconheceu que há algumas dificuldades de adaptação, como na questão da comunicação (nem todos entendem ou falam o português) e de expectativas. “Alguns acreditam que o Brasil está em situação melhor e que vão poder construir uma vida rapidamente e, inclusive, enviar dinheiro para as famílias no Haiti”, disse. Apesar disso, elogiou a integração cultural e o perfil dos trabalhadores.

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