Indústria de fundos cresce em 2022, mas captação de recursos despenca 139,5%
Para presidente da Anbima, aumento da taxa de juros pode ter levado investidores a migrar para títulos isentos de impostos
publicidade
Em 2022, os fundos de investimento tiveram mais resgates que depósitos, de acordo com os dados apresentados nesta quinta-feira (5) pela Anbima (Associação brasileira das entidades dos mercados financeiro e de capitais). O resgate líquido registrado pela indústria de fundos foi de R$ 162,9 bilhões, o que representa uma queda de 139,5% na comparação com 2021, quando o saldo ficou positivo em R$ 412,5 bilhões.
No ano passado, o patrimônio líquido do setor chegou a R$ 7,4 trilhões, uma alta de 7,1% ante 2021, quando antingiu os R$ 6,9 trilhões.
"A quantidade de fundos cresceu em 2022, mas o número de investidores diminuiu, o que é mais uma mostra do crescimento da indústria. Entretanto, a captação líquida não foi positiva, diferentemente de outros anos", disse Pedro Rudge, presidente da associação.
A maior saída de recursos foi na classe de fundos multimercados, com resgate líquido de R$ 87,6 bilhões, seguida pelos fundos de ações, que teve saque líquido R$ 70,4 bilhões, e pela renda fixa, com retiradas de R$ 48,9 bilhões.
Segundo Rudge, também houve quedas importantes em fundos de Previdência, de Ações, Off-shore e Cambial.
No lado positivo, os maiores aportes de capitais foram realizados nos FIDCs (fundos de investimento em direitos creditórios), que tiveram captação líquida de R$ 12,6 bilhões em 2022, acompanhados pelos ETFs (da sigla em inglês para fundos de índice), que terminaram o ano com o saldo de R$ 366,3 milhões.