Intenção do Consumo das Famílias registra menor nível da série histórica, diz CNC

Intenção do Consumo das Famílias registra menor nível da série histórica, diz CNC

Pesquisa registrou queda no índice de 1,6%, na comparação com janeiro, indo para 117,8 pontos

Agência Brasil

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A manutenção da inflação em patamares elevados, os juros altos e a retração da oferta de emprego levaram o índice que mede a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) alcançou, em fevereiro, o menor nível da série histórica, superando o recorde de dezembro do ano passado, quando o indicador ficou em 119,5 pontos. Divulgada nesta segunda-feira pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a pesquisa registrou queda no índice de 1,6%, na comparação com janeiro, indo para 117,8 pontos. Em relação a fevereiro do ano passado, a queda chegou a 9,3%.

Para a economista da CNC Juliana Serapio, o cenário verificado em fevereiro é semelhante ao de dezembro do ano passado, quando foi registrado o recorde anterior. “O cenário é o mesmo de dezembro do ano passado: inflação e juros em alta e baixa oferta de emprego, o que torna o consumidor mais cauteloso”.

Para Juliana, este cenário de incerteza deverá predominar ao longo do ano: “o cenário para este ano do ponto de vista do consumo das famílias é de que a situação não vá mudar". A economista avalia ainda que, com os consumidores mantendo a cautela ao longo do ano, a situação pode, inclusive, piorar. "O quadro deverá na melhor das hipóteses se manter na situação atual, ou até piorar, uma vez que os consumidores continuarão retraídos, o que indica que o consumidor deverá continuar temeroso com o futuro”.

Os dados da pesquisa divulgada pela CNC lembram que a inflação oficial medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do IBGE, que reflete as principais onerações no orçamento das famílias, ficou em 1,24% em janeiro – maior taxa mensal desde fevereiro de 2003, quando ficou em 1,57%.

Os gastos com habitação foram os que tiveram maior alta – de 0,51%, em dezembro, para 2,42% em janeiro. Outras pressões vieram dos preços dos alimentos e bebidas (de 1,08% para 1,48%) e dos transportes (de 1,38% para 1,83%). Por esse motivo, ressalta a publicação, “o ICF permanece acima da zona de indiferença (100 pontos)”.

Os números indicam que o nível de confiança das famílias com renda abaixo de dez salários mínimos mostrou queda de 1,6% na comparação mensal, assim como o das famílias com renda acima de dez salários mínimos que apresentou queda de 1,7%.

Mesmo com crescimento de 2,7% na comparação com janeiro, o item Momento para Duráveis apresentou recuo de 22,3%, na comparação com fevereiro de 2014 – maior queda anual da série histórica. Com isso, o índice segue abaixo da zona de indiferença.

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