Juro da casa própria sobe a partir desta segunda

Juro da casa própria sobe a partir desta segunda

Aumento valerá para novos contratos de crédito habitacional da Caixa Federal

Hygino Vasconcellos

Juro da casa própria sobe a partir desta segunda

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O aumento de juros para o crédito habitacional, anunciado pela Caixa Federal, trouxe preocupações para o mercado. A alteração nos índices atinge os contratos assinados a partir desta segunda-feira. Ficam de fora das mudanças, porém, imóveis financiados com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), Minha Casa, Minha Vida e contratos antigos. Já os financiamentos com recursos da poupança, por exemplo, ficam mais caros.

O presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Rio Grande do Sul (Sinduscon), Ricardo Antunes Sessegolo, entende que o anúncio “vai impactar negativamente nos negócios”, já que o setor trabalha a longo prazo para a construção de empreendimentos e 70% dos financiamentos são solicitados ao banco. “O futuro será de retração. A gente já está com dificuldades devido ao momento econômico brasileiro, com pouco crescimento, e isso só tende a piorar.” O dirigente considera que os novos juros anunciados vão diminuir o poder aquisitivo do consumidor, inviabilizando novas compras. Sessegolo, no entanto, acredita que o mercado da construção civil vai ter de se adaptar ao novo cenário vendendo menos. “Para imóveis acima de R$ 650 mil o aumento foi praticamente de 20%”, exemplifica.

O presidente do Sindicato dos Corretores de Imóveis do RS (Sindimóveis), Sidney Antônio da Fontoura Gomes, considera que a elevação das taxas pode criar um efeito cascata e estimular outros bancos a também aumentar juros. “Isso está indo na contramão da história.” Em 2012, a Caixa e o Banco do Brasil fizeram o contrário e diminuíram os índices para operações de crédito, cheque especial e cartão de crédito, o que forçou os bancos privados a seguirem o mesmo caminho. “No Chile temos taxa para compra da casa própria de mais ou menos 4,5% a 6% e agora, no Brasil, vamos ter entre 9% e 10%”, acrescentou.

Com a mudança, o consumidor que pretendia adquirir um imóvel de cerca de R$ 300 mil vai ter que desembolsar mais R$ 18 mil para fechar o negócio, segundo o presidente do Sindimóveis. Ele entende que o novo cenário pode resultar em uma diminuição nos financiamentos e consequentemente uma baixa no valor do imóvel. Apesar das alterações nos índices, o dirigente diz que as mudanças ainda não chegam a causar maiores preocupações entre os clientes. “Consultei duas grandes imobiliárias de Porto Alegre e os clientes não tinham se manifestado positiva ou negativamente quanto às mudanças”, assinalou.

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