Juros do cheque especial são os maiores em 15 anos

Juros do cheque especial são os maiores em 15 anos

Taxa pulou de 172,8% para 183,3% entre agosto e setembro

Correio do Povo

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Na contramão da taxa média dos juros bancários, que caíram em setembro, a taxa de juros cobrada de pessoas físicas no cheque especial saltou de 172,8% para 183,3% entre agosto e setembro, diferença de 10,5 pontos percentuais, segundo mostrou o Banco Central (BC) em relatório divulgado nessa quinta-feira. É o maior valor desde abril de 1999, quando estava em 193,6% ao ano. Em setembro de 2013, essa mesma taxa estava em 143,3% ao ano, ou seja, 40 pontos percentuais menor.

No acumulado do ano, os juros do cheque especial já subiram 35,4 pontos percentuais (estavam em 147,9% ao ano no fim de 2013). O cheque especial, uma linha de crédito de emergência, tem uma das taxas mais elevadas de todas as operações (junto com o cartão de crédito, quando o cliente não paga toda a fatura).

Economistas e o próprio BC avaliam que o consumidor deve tentar evitar ao máximo o seu uso. Para eles, esta é uma linha de crédito para ser utilizada apenas em momentos de necessidade e por um período reduzido de tempo. Os dados do BC mostram que, assim como as taxas de juros cobradas pelos bancos, o uso do cheque especial também aumentou neste ano. As concessões de crédito desta modalidade alcançaram R$ 28,95 bilhões em setembro, o que representa crescimento de 5,9% no mês e de 6% no acumulado dos nove primeiros meses do ano.

O crescimento do uso do cheque especial está inclusive bem acima da utilização do crédito pessoal, que avançou 4,6% em setembro, mas teve recuo de 0,1% na parcial deste ano. As concessões do crédito com desconto na folha de pagamentos, por sua vez, subiram 3% em setembro e 1,3% na parcial dos nove primeiros meses de 2014. O uso da linha do cartão de crédito rotativo (modalidade de crédito que também têm juros abusivos), porém, avançou mais do que o cheque especial subindo 18,2% no acumulado do ano. Os números do BC também mostram uma subida da inadimplência das operações com cheque especial pessoa física, que atingiram 10,3% em setembro, o maior patamar da série histórica do BC, que teve início em março de 2011.

Quanto maior o custo financeiro para o banco, mais caro ele repassa dinheiro aos seus clientes. Por isso é de se esperar que os juros do cheque especial continuem a subir depois que o BC voltou a aumentar a taxa básica de juros (Selic) nesta semana, de 11% ao ano para 11,25% ao ano.


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