Juros do crédito pessoal voltam a subir após dois anos em queda

Juros do crédito pessoal voltam a subir após dois anos em queda

Anefac aponta uma provável recessão econômica e o aumento do desemprego, gerados pela pandemia do coronavírus, como principais causas

R7

Cartões de crédito tiveram aumento de juros de 0,71%, passando de 11,28% ao mês (260,58% ao ano), em fevereiro, para 11,36% ao mês (263,71% ao ano) em março

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O brasileiro que precisou recorrer ao crédito pessoal em março deste ano pagou taxas mais altas nas operações, segunda pesquisa divulgada nesta quinta-feira pela Anefac (Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade). A elevação foi constatada após dois anos consecutivos de reduções, impulsionadas pela queda da taxa básica de juros (Selic).

Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor executivo de estudos e pesquisas da Anefac, atribui as elevações à pandemia do coronavírus e seus reflexos na economia: provável recessão econômica; aumento do desemprego; e elevação do risco de crédito com a queda da renda das famílias e fechamento de empresas.

“Esses fatores aumentaram, substancialmente, o risco do crédito fazendo com que as instituições financeiras elevassem suas taxas em um ambiente de provável elevação dos índices de inadimplência tanto das pessoas jurídicas quanto das físicas”, diz.

Para Oliveira, tendo em vista a piora do cenário econômico com maior risco de crédito, a tendência é de que as taxas de juros continuem sendo elevadas nos próximos meses. Mas ele ressalta, no entanto, que o Banco Central pode amenizar estas altas com algumas ações. Entre elas, redução de impostos e compulsórios.

Taxa subiu em todas as linhas para pessoa física

A pesquisa apontou que todas as linhas de crédito tiveram as taxas elevadas no mês. Os juros médios para pessoa física subiram 0,03 ponto percentual em março (0,67 ponto percentual no ano) correspondente a uma elevação de 0,52% no mês (0,70% em 12 meses).

A mesma taxa passou de 5,76% ao mês (95,82% ao ano), em fevereiro, para 5,79% ao mês (96,49% ao ano), em marco. É a maior taxa desde dezembro do ano passado.

•• Confira as elevações por modalidade:

• Comércio

Elevação de 0,42%, passando de 4,78% ao mês (75,12% ao ano), em fevereiro, para 4,80% ao mês (75,52% ao ano), em março. É a maior taxa desde dezembro do ano passado, quando atingiu 4,82% ao mês e 75,93% ao ano.

• Cartão de crédito

Aumento de 0,71%, passando de 11,28% ao mês (260,58% ao ano), em fevereiro, para 11,36% ao mês (263,71% ao ano), em março. A taxa é a maior desde dezembro de 2019, quando chegou a 11,36% ao mês e 263,71% ao ano.

• Cheque especial

Alta de 0,27%, passando de 7,33% ao mês (133,70% ao ano), em fevereiro, para 7,35% ao mês (134,22% ao ano), em março. É a maior taxa desde janeiro deste ano, quando chegou a 7,36% ao mês e 134,48% ao ano.

• CDC – Bancos Financiamento de automóveis

Subiu para 1,41%, passando de 1,42% ao mês (18,44% ao ano), em fevereiro, para 1,44% ao mês (18,72% ao ano), em março. A taxa é a maior desde dezembro de 2019, quando chegou a 1,46% ao mês e 19,00% ao ano.

• Empréstimo pessoal nos bancos

Elevação de 0,60%, passando de 3,34% ao mês (48,33% ao ano), em fevereiro, para 3,36% ao mês (48,67% ao ano), em março. É a maior taxa desde janeiro, quando atingiu 3,38% ao mês e 49,02% ao ano.

• Empréstimo pessoal financeiras

Aumento de 0,62% ,passando de 6,41% ao mês (110,76% ao ano), em fevereiro, para 6,45% ao mês (111,71% ao ano), em março. A taxa é a maior desde janeiro deste ano, quando foi de 6,46% ao mês e 111,95% ao ano.

• Taxa média pessoa física

Alta de 0,52%, passando de 5,76% ao mês (95,82% ao ano), em fevereiro, para 5,79% ao mês (96,49% ao ano), em março. É a maior taxa desde dezembro do ano passado, quando chegou a 6,52% ao mês e 113,39% ao ano.

Juro para pessoa jurídica é o maior desde 2013

Assim como ocorreu com as linhas para pessoas físicas, o crédito para pessoa jurídica também ficou mais caro em todas as modalidades em março.

A taxa média subiu 0,05 ponto percentual no mês (0,85 ponto percentual no ano) correspondente a uma elevação de 1,60% no mês (1,91% em doze meses).

Com isso, foi de 3,12% ao mês (44,58% ao ano), em fevereiro, para 3,17% ao mês (45,43% ao ano), em março. É a maior taxa de juros desde dezembro de 2013.

Selic caiu 3,5 pontos percentual em 7 anos

Entre as elevações e reduções que o Banco Central fez na Selic nos últimos sete anos - entre março de 2013 e março de 2020 -, a taxa básica de juros caiu 3,5 pontos percentual (redução de 48,28%). Em março de 2013, a taxa básica de juros atingiu 7,25% ao ano, enquanto em março deste ano a Selic caiu para 3,75%.

Neste período, a taxa de juros média para pessoa física apresentou uma elevação de 8,52 pontos percentuais (elevação de 9,69%). Em março de 2013 ela somou 87,97% ao ano, enquanto em março deste ano chegou a 96,49% ao ano.

Nas operações de crédito para pessoa jurídica neste período, houve uma elevação de 1,85 ponto percentual (alta de 4,25%). Em março de 2013, o juro chegava a 43,58% ao ano, e em março deste ano, a 45,43% ao ano.


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